Chique esse nome Social Learning... não?
O aprendizado sempre teve um quê social, pois aprender é por si um ato social. Ilustro com um pouco de vivências simples.
Quando eu era criança, brincava com meus amiguinhos da rua, da escola e costumávamos trocar figurinhas (mini fotos impressas de jogadores de futebol) e com isso aprendíamos a negociar, pois uma figurinha carimbada valia pelo menos 5 figurinhas comuns. Explico, pois isso não mais existe. Os criadores do álbum de figurinhas imprimiam e colocavam a venda quantidades diferentes de figurinhas e as ditas figurinhas carimbadas eram as menos impressas. E tinham de fato um carimbo em relevo, parecido com os selos oficiais característicos de documentos obtidos em tabeliões na vida real.
Certa vez, um colega ganhou um jogo chamado banco imobiliário. Com ele aprendíamos a comprar e vender; aprendíamos um pouco do jogo da vida simulando o conceito de aluguel, compra e venda, dividendos, empréstimos e falência.
Ao brincar na rua, aprendíamos também que o dono da bola tinha que jogar mesmo que fosse ruim de bola. E chamávamos alguns meninos do bairro para participar a fim de que os times completassem 22. Isso nos incutia o conceito da tolerância, da inclusão, da propriedade e também da meritocracia. Jogavam pobres, ricos e remediados todos juntos. Os bons sempre eram convidados a jogar. E assim cada um empenhava-se para ser melhor a cada dia, absorvendo o espírito da competitividade.
Os anos se passaram, os campinhos sumiram, as mães não estão mais em casa para cuidar dos filhos. Os jogos coletivos, brincadeiras de rua, as coleções de figurinhas não existem mais e não há amiguinhos para trocar figurinhas. Eles estão dentro de seus quartos jogando vídeo games, vendo televisão, ou frequentam inúmeras escolas de tudo que se pode imaginar.
Mas voltando ao assunto, observo agora alguns iluminados “descobrindo” uma inédita, premente e maravilhosa “nova” forma de aprendizado e a batizaram com um nome charmoso (e claro em inglês) pois assim dá a impressão de que deve ser bom e novo. Afinal se os gringos a descobriram... Então temos que copiar. Sinto a necessidade e talvez a obrigação de denunciar o que vejo mais como engodo (falácia).
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