1- Aprender e ensinar melhor.
Sem dúvida, o tema é bastante complexo e qualquer abordagem que olhe a questão sob a visão de um único prisma cultural, temporal ou metodológico pode ser visto como superficial.
Eu dediquei grande parte da minha carreira profissional à arte de transmitir conhecimentos e desenvolver habilidades no âmbito de meu público alvo.
Desde antes da virada do século, eu já utilizava o CBT (Computer Based Training em CD-ROM) em paralelo com cursos presenciais e apostilas EAD apoiadas com vídeos de treinamento no processo de formação e reciclarem de vendedores na empresa onde fui responsável pelo Treinamento de Vendas e Pós Venda (comercial).
Para obter resultados, tinha que observar e entender a psicologia do cliente e identificar a necessidade de treinamento de cada novo grupo que adentrava na rede de concessionários e que apresentava determinado GAP (lacuna) nas habilidades e conhecimentos necessários para o trato com os clientes.
Com a disseminação do uso da internet e especialmente com a implantação de cabos de fibra ótica na América Latina, pudemos ousar fazer uso do Treinamento e capacitação online.
Em 2004 encomendei o desenvolvimento de uma plataforma de treinamento disponibilizando os vídeos de treinamento em Português e Espanhol já utilizados.
Este foi um trabalho pioneiro e desafiador que exigiu o levantamento da infraestrutura da rede latino-americana e a adesão dos concessionários. O aplicativo teve grande sucesso e se manteve até 2013.
Paralelamente a Matriz da empresa iniciou um projeto piloto para implantar um LMS (Learning Management System ou Sistema de Gerenciamento de Treinamento) em nível global. O objetivo visava que o cliente da marca tivesse um padrão de atendimento e qualidade global, independente do país em que estivesse.
Além de ousado, o objetivo era estratégico uma vez que os produtos da marca transitavam por toda a Europa e América Latina cruzando fronteiras. Em 2008 após cerca de 4 anos de uso na Europa, eu fui nomeado para implantar o LMS na América Latina.
Como eu já havia feito o estudo de infraestrutura de rede em 2004 foi meio caminho andado para a implantação do LMS. Após a fase de aprendizado do sistema, tradução e adaptação para a realidade latino-americana, em 23 de junho de 2009 fizemos o lançamento do sistema LMS via WebCaster, um canal de transmissão de áudio e imagem em tempo real com canal de chat.
O sistema LMS contava com um modulo desenvolvido por encomenda da Matriz Sueca para que todo o processo de inscrição nas atividades fosse feito através um único padrão de conhecimento específico para cada função em um concessionário. Para tanto, uma matriz de conhecimento/habilidade global foi idealizada em Inglês e cada país tinha autonomia de adaptá-la a suas necessidades.
Em 2011, após adquirir expertise no programa, solicitamos um aperfeiçoamento na questão do planejamento ao longo do tempo. A Matriz idealizada anteriormente considerava o planejamento de desenvolvimento individual sem estabelecer quando cada curso deveria ser feito pelo aluno, o que não contribuía para o planejamento semestral da Academia da Empresa. Ou seja, a questão de quantos cursos oferecer por semestre não podia ser planejado com precisão pela empresa.
Em 2012 a rede de concessionários e a Academia puderam implantar o modulo de planejamento semestral tendo como horizonte 2 anos de desenvolvimento individual para cada funcionário/função, o que melhorou significativamente todo o processo.
Contando com uma larga experiência no desenvolvimento de manuais, apostilas, palestras apresentações, cursos presenciais, cursos CBT, vídeos de treinamento e tendo vivenciado a implantação e desenvolvimento de um LMS global, decidi ousar estudar e tentar encontrar um novo caminho viável e pragmático para as escolas, empresas, instrutores, professores e educandos considerando os recursos do século XXI.
Tendo em mente esse desafio comecei a gerar esse documento onde explico e compartilho minhas observações e conclusões sobre diversos aspectos , incluindo saberes de profissionais especializados na educação e apresentando-os da forma como entendi ser racional e construtiva para o aprendizado nos dias de hoje.
Note que mudei o foco. A questão não se trata somente de ensinar, mas também de aprender, onde, como, quando e de que forma. Nessa jornada o leitor profissional da educação poderá encontrar seu papel ontem, hoje e no amanhã.
Espero que aqueles que lidam com o aprendizado apreciem a minha visão e possam tirar bom proveito dela.
A figura de um favo de mel ilustra o conjunto de temas. O leitor poderá seguir a sequência sugerida pela ordem numérica ou escolher por onde começar ou ainda escolher apenas um ou dois temas que mais lhe interesse.
2- Como se aprendia antes da escola existir?
A pergunta pode parecer irrelevante, mas ao longo da minha vida me convenci de que para entender algo é necessário ir fundo na origem do tema, ou seja, sua história. Então, aceite meu convite a essa reflexão voltando ao tempo em que a escola não existia.
O ser humano pratica a transmissão do conhecimento desde os primórdios da civilização. O conhecimento transmitido no início era basicamente restrito a questões de sobrevivência. Assim como qualquer outro animal, o ser humano ensinava a suas crias o que comer, onde coletar e como e onde pescar ou caçar.
O ciclo de aprendizado se repetia a cada geração e dependendo das condições ambientais e climáticas, novos conhecimentos eram adquiridos e transmitidos enriquecendo nossa capacidade de preservação. Aprendíamos praticando - por assim dizer.
Enquanto a sociedade tribal se desenvolvia, o ser humano se sofisticava nas artes de ofício relacionadas às técnicas de caça, cultivo, ataque e defesa contra outras tribos, construção de abrigos e de meios de transporte das mercadorias por animais ou embarcações. Surge a habilidade comercial, a habilidade política e de liderança bastante vinculadas às habilidades de combate.
O ser humano foi se especializando quase que naturalmente de acordo com as profissões. Em cada ofício era ensinado pelo mais hábil ao aprendiz, do mais experiente ao mais jovem, do pai para o filho. A fim de graduar um aprendiz em seu ofício, cada cultura criou tradições na forma de ritos de iniciação, alguns vinculados à puberdade.
De forma gradual e natural, os artífices desenvolveram o princípio da hierarquia com características e nomes peculiares a cada profissão.
No ofício do ataque e defesa, criam-se níveis em função de quantos soldados um líder conseguia comandar em batalha. Estes líderes por sua vez seriam comandados por outro líder de nível superior cuja tarefa no campo de batalha era o de observar e mudar a tática de combate, ordenando os movimentos necessários aos liderados através de códigos visuais ou sonoros.
Para ser líder, o guerreiro precisava demonstrar saber lutar bem e saber liderar pela voz de comando e comportamento. À medida que os grupos de luta cresciam em número de combatentes, surgia a necessidade de que alguém dentre os líderes assumisse o comando único. Essa posição era desempenhada por generais ou pelo próprio rei.
Na arte da construção de abrigos houve a necessidade de hierarquizar os trabalhadores dado o elevado contingente necessário para as obras da época que demoravam décadas. A preservação do saber era considerada estratégica. Afinal, um bom abrigo deveria resistir a ataques, manter o abastecimento de víveres e água resistindo a eventuais cercos inimigos. Surge o conceito de cidade, assim como o conceito dos fortes avançados para a defesa construídos em locais estratégicos.
Ainda hoje admiramos o fato dos portugueses e espanhóis haverem construído fortes em seus países para depois transportá-los até as terras descobertas e nelas remontá-los. Para que isso fosse possível era necessário o saber fazer, o saber desfazer e refazer. Além disso, era preciso registrar que pedaço de pedra se encaixava em outro. O saber transportar, erguer, assentar pedra sobre pedra era estratégico. As peças dos fortes seguiam como lastro das caravelas na ida e retornavam com madeira, açúcar e especiarias.
Na área da agricultura, caça, pesca e pastoreio, também se fazia necessária a transmissão do conhecimento. Ainda hoje cumpre ao pai ensinar a pescar, caçar, plantar em muitos rincões. A observação e estudo dos ciclos climáticos nos possibilitou saber quando plantar enquanto que a engenharia nos ajudou a não depender da chuva ao criar os açudes e canais de irrigação.
As profissões foram se configurando e passando de pai para filho. Daí o ditado: filho de peixe peixinho é. Ocorre que nem sempre o filho almeja ser e fazer o mesmo que seu pai. A natureza humana nos faz querer ser diferente, querer ser mais e melhor.
Aos filhos, nem sempre era dado o direito de escolha. A tradição fez com que os pais decidissem o que cada filho iria ser e fazer. Nesta decisão se levava em conta a necessidade da perpetuação do saber conciliada com a demanda naquela época. A transmissão do saber se manteve assim durante milênios.
3- A revolução industrial massificou o ensino.
A revolução industrial ocorrida nos séculos XVIII a XIX principalmente e a expansão territorial do Reino Unido por todos os continentes demandou uma nova categoria: os burocratas que se constituíam de gente capaz de contabilizar a produção e cobrar os impostos sobre a produção. Os burocratas deveriam saber ler e escrever bem como fazer contas visando reportar os ganhos de forma padrão para a coroa inglesa.
E para suprir essa demanda o império britânico criou uma nova forma de transmissão do saber: a escola. Ao ensinar seus súditos, o império conseguia suprir a contabilidade, a cobrança e a fiscalização das colônias com a vantagem de poder transferir rapidamente funcionários capacitados de um local a outro, de um continente a outro. O inglês Sir Ken Robinson retratou esse momento da humanidade. A partir da sua narrativa, a RSA Animate criou uma animação muito boa.
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O sucesso da escola de burocratas fez com que a ideia de ensino massivo fosse aplicada em outras profissões que demandavam maior grau de saber como medicina, engenharia, advocacia, diplomacia e assim por diante. Surgiram as universidades modernas.
Existe um consenso entre historiadores de que o início da Revolução Industrial é o evento econômico-social mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura.
A escola cumpriu muito bem seu papel. No século XX surgiram várias teorias de prática de ensino, grades curriculares específicas e uma enorme variedade de profissões. O aprendizado passou a ser adquirido pelo aprendiz não mais do mestre*, mas sim adquirido daquele que professa o saber: o professor. *mestre é aqui entendido como o "expert" em uma profissão.
À medida que a sociedade se modernizava, o conhecimento mínimo para ser um burocrata se ampliava. No começo do século XX quem cumpria o ensino primário já adquiria um status diferenciado, pois sabia o necessário para deixar de fazer trabalhos braçais.
O ginásio (equivalente à formação da 5ª à 8ª serie) pressupunha a iniciação e preparação para outras profissões mais nobres como os técnicos em enfermagem, advocacia, administração pública, ciências contábeis e também o magistério que formava novos professores de maneira que estes pudessem ensinar sob um standard estabelecido pelos especialistas da educação.
4- Por que a escola é como ela é?
Até a metade do século XX, apenas o engenheiro, o médico, o dentista e o advogado faziam faculdade (conhecido como ensino superior). Administração, contabilidade e economia eram mais para suprir a administração pública.
À medida que áreas específicas do saber cresciam, outras profissões de nível médio e de nível superior surgiam como a arquitetura, a medicina veterinária, a enfermagem, o técnico agrícola, o engenheiro florestal, o biólogo, o físico, o químico, o farmacêutico etc.
Com o crescimento do número de profissões, surge a necessidade de regulamentar o exercício dessas profissões e surgiram as licenças profissionais amparadas por lei e garantidas por diplomas.
Deixa de existir o prático e com isso a hereditariedade profissional. Um profissional não mais poderia formar seu filho ou algum pupilo escolhido a dedo para exercer a mesma profissão como acontecia nos séculos anteriores.
Após a segunda guerra mundial a transmissão do conhecimento assume dimensão ainda mais exigente fazendo com que o básico não fosse apenas o primário, mas também o ginásio. E a grade curricular foi ampliada visando desenvolver saberes diversos como artes, história, geografia, física, química, biologia e educação física.
Entendeu-se que todas as áreas do saber estão relacionadas de forma intrínseca. Podemos até estuda-las isoladamente, mas logo é preciso conhecer suas interações e interligações. Um médico precisa entender de física para compreender o funcionamento do corpo humano. Afinal, somos feitos de hastes e alavancas sob o ponto de vista mecânico assim como de vasos (tubos) e válvulas sob o ponto de vista da hidrodinâmica.
Química? Tudo a ver. Os agentes químicos são os responsáveis por gerar determinadas reações no corpo animal e promover a cura combatendo vírus e bactérias.
Elevar o nível de conhecimento da população tornou-se prioritário nos programas de governo. Mas construir escolas básicas convencionais era dispendioso e seus resultados demorados.
A apresentação a seguir faz um balanço respondendo à pergunta: para que serve a educação. Aliás, esse é o título atribuído.
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5- O nascimento do Ensino a Distância.
A necessidade de elevar o nível de conhecimento e a habilidade do povo americano foi tal que o governo criou uma nova forma de transmissão do saber: o ensino a distância. As pessoas estudavam nas fazendas ouvindo as aulas pelo rádio, estudavam em suas casas com seus livros e realizavam as avaliações oficiais nas escolas existentes nas cidades mais próximas.
Seguindo essa tendência, uma década depois, o Brasil criou seus próprios programas de ensino alternativo visando reduzir o déficit de alfabetização. O MOBRAL e o Telecurso são os exemplos mais marcantes dessas iniciativas.
O telecurso da fundação Roberto Marinho foi integralmente migrado para a web e não só pode como deveria ser usado como recurso didático regular. Basta que os professores saibam da disponibilidade e proponham os temas em suas respectivas disciplinas.
Já no final do século XX, os governos começaram a questionar a escola dado o elevado orçamento dedicado à educação. A escola ficou cara, ineficiente e o percentual de reprovação e evasão ficou inaceitável. Por outro lado os pais passaram a delegar 100 % da educação à escola, sendo que esta não foi avisada dessa nova carga. Os alunos se tornaram desobedientes indisciplinados e descomprometidos. E quanto aos professores? Estes se tornaram desmotivados, desrespeitados, impotentes e incompetentes.
Surgem as escolas particulares prometendo ensino de qualidade com novas estratégias de ensino e didática e métodos batizados pelos seus idealizadores como Piaget, Montessori etc.
Vale conhecer algo desses dois métodos apresentados bem resumidamente nos vídeos a seguir.
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Veja também uma comparação entre o método Montessori com a Escola Tradicional:
6- A Internet no processo de aprendizado.
A partir do século XXI tem início uma nova revolução na prática do ensino graças ao advento da Internet e da evolução espetacular da tecnologia computacional. Hoje em dia os governos de todos os países debatem, estudam e programam reformas no sistema de ensino com objetivo de universalizar o saber mínimo necessário à vida moderna.
A sociedade gasta boa parcela do orçamento para oferecer educação gratuita. Ela está a exigir que seus cidadãos estudem, sob a premissa de que o estudo livra o cidadão da sua natureza primitiva, adestrando-o e condicionando-o aos hábitos e costumes da sociedade moderna.
Mas como utilizar a internet e sua rica fonte de saber no processo escolar com grade curricular já estabelecida baseada em métodos convencionais? Eis o grande desafio.
7- Desenhando o futuro do ensino.
Mais recentemente, muitas empresas (principalmente nos Estados Unidos) criaram aplicativos específicos para que os professores do ensino básico fizessem uso gratuitamente. Esses aplicativos lançaram uma ideia bastante simples, porém poderosa dada sua abrangência e eficácia: o compartilhamento do saber.
Aquilo que um professor cria dentro do aplicativo fica publicado como uma aula e/ou atividade. Outro professor pode usar a aula criada pelo colega em parte ou integralmente, pois, poderá edita-la modificando aquilo que julgar necessário na sua realidade seja uma pré-aula ou aula de reforço para seu público.
Essa é uma ideia fantástica, pois desenvolve e retroalimenta a criatividade. Mas e a autoria? Vaidades à parte, o sistema automaticamente registra a fonte mantendo a rastreabilidade da fonte original. Ao fazer uso do aplicativo, o autor concorda com essa cláusula. É assim com os vídeos do YouTube, com as aulas do TedEd, Khan Academy e inúmeros outros aplicativos.
Outra característica desses aplicativos é a adição de propagandas. O autor pode concordar que o aplicativo mostre propagandas (ads) que irão dar sustentação e lucro à empresa dona do aplicativo.
Se o aluno (entendido como usuário) não quiser ver as propagandas, então terá que pagar pelo uso do aplicativo sem ads. Por outro lado, se o professor se destacar, na quantidade de visualizações e na sua criatividade, a própria empresa passa a oferecer parceria e remuneração que advém das próprias propagandas, gerando fonte de renda adicional ao professor.
Graças a essa engenhosa forma de negócio, os professores podem fazer uso de ferramentas mais modernas para seus alunos. O professor não conhece tecnologia? Não tem problema. Há vídeos tutoriais, manuais e templates (modelos) que poderá se usado para criar a aula online. Se tiver alguma dúvida é só recorrer à ajuda ou ao compêndio de Perguntas e Respostas (FAQ) ou mesmo à comunidade do aplicativo. De alguma forma o professor ou o aluno será socorrido.
Tenho observado verdadeiras pérolas educacionais criadas pelos usuários desses aplicativos e como sou apaixonado por tecnologia de ensino e comunicação massiva tenho colocado minhas descobertas e opiniões sobre o tema EAD e os aplicativos que mais aprecio em meu blog na forma de postagem (post). Acesse aqui o que já escrevi a respeito.
Essa foi a forma que encontrei de registrar minhas pesquisas além de ajudar aqueles que não dispõem de habilidade e tempo para experimentar essas maravilhas que estão a nossa disposição.
Você deve estar se perguntando como está a adesão das escolas, faculdades e alunos em relação ao ensino EAD no Brasil. O artigo: Como a tecnologia está moldando o futuro da educação no Brasil e transformando a sala de aula (leia aqui) dá resposta a essa pergunta.
Se você leu este post até aqui é porque o assunto lhe interessa e faz sentido para você. Foi bom tê-lo até aqui, pois agora entrarei mais diretamente no assunto que dá nome ao post.
8- Críticas ao modelo de escola idealizada pelo Reino Unido.
Certamente você já concluiu que a humanidade passou milênios aprendendo fazendo, observando e imitando. Com o advento da escola, como ela foi concebida pelos ingleses, passamos a aprender ouvindo, lendo e treinando (reproduzindo o que ouvíamos e líamos).
Mais ainda; antes da escola aprendíamos com nossos erros. A escola do Reino Unido estigmatizou o erro como proibido. Afinal, é suposto que todo professor transmita o que é verdadeiro, sem ruído ou distorção ou falha na absorção (falhas por razões de cultura, de origem racial ou social). As notas do aluno são boas apenas se o aluno não erra ou erra pouco. Isso cria um estado de neura para o aluno do tipo: não posso errar, então nem vou tentar; só vou tentar se tiver absoluta certeza (pânico nas avaliações).
Paralelamente, o professor expõe o aluno ao “bulling” infantil aqueles que são arguidos publicamente e acabam zombados pelos colegas ao errar. O “bulling” na sala de aula é um enorme paradoxo considerando a vida real onde é preciso tentar para realizar algo.
Naturalmente há técnicas para tratar isso em aula, mas o foco no erro acabou criando adultos medrosos. E o medo é o pior dos inimigos da iniciativa e criatividade.
Vale a pena conhecer a experiência do afamado professor Pacheco, da Escola da Ponte de Portugal.
VÍDEO: Clique sobre a imagem abaixo para assistir ao vídeo.
9- O ensino no século XXI. Por que mudar?
Ao longo da minha vida profissional, trabalhei basicamente em duas grandes multinacionais automobilísticas. Nelas desenvolvi inúmeros cursos formativos e informativos para vendedores, gerentes de vendas e estudantes. Nessa jornada, tive acesso a vários materiais sobre teoria de aprendizado e retenção do saber. Esses materiais se baseiam nos resultados observados por pesquisadores do ensino em função do modelo de escola vigente; ou seja, o saber transmitido por um professor em sala de aula, em livros ou via rádio e televisão.
Um desses estudos afrontou o sistema de ensino vigente com um paradigma que dizia o seguinte: no ensino, é preciso considerar a questão da perda do saber no processo de aprendizagem. E como se mensura isso? Através de avaliações periódicas. É através do feed-back* que se mede a perda do saber ao longo do tempo e se detecta a necessidade de aplicar uma reciclagem (ou revisão).
*como feed-back subentende-se a análise dos erros individuais em uma avaliação.
O objetivo inicial do feed-back é a verificação do que se aprendeu em comparação com o que se presume ter ensinado. Outro objetivo é medir o ganho de conhecimento comparando avaliações antes de um curso com o depois do suposto aprendizado. Além dessas duas observações, pode-se medir a retenção do aprendizado após determinado período, ou seja; o que os alunos aprenderam e ainda sabem depois de seis meses ou um ano?
As figuras abaixo ilustram bem o grau de eficácia do método de ensino da escola concebida pelos ingleses - e que persiste até os dias de hoje.
Além da questão do ruído na comunicação, foi também observada a questão da influência do canal pelo qual o saber é transmitido. Há três canais de recepção do conhecimento: auditivo, sinestésico e visual. Nós temos canais de recepção distintos. Uns são mais visuais, outros são mais sinestésicos outros são mais auditivos. Ocorre que se a transmissão do saber coincidir com o canal de recepção do aprendiz, o resultado é eficaz e prazeroso. Porém, se não coincidir, surge a dificuldade na compreensão e na retenção do tema.
Os estudos constataram que o saber também diminui ao longo do tempo implicando na necessidade de reciclagem, mesmo que tenha sido transmitido através do canal receptor do aluno. Observe os quadros abaixo:
Ao analisar o infográfico e os dados das tabelas concluímos facilmente que algo está errado na idealização da escola. Arrisca um palpite? Pois bem eu arrisco dizer que o sistema é muito deficiente, pois retemos apenas 50% do que ouvimos e vemos. Coloque aí algum percentual de perda (incompreensão) por ruído na comunicação, pela desatenção do aluno, pelo despreparo do professor e temos uma retenção de menos de 50%.
Pior ainda acontece quando o aluno retém algum conhecimento equivocado, mal entendido seja qual for o motivo da distorção.
Nesse cenário, o melhor professor da matéria mais empolgante consegue obter um desempenho péssimo; ou seja, ter 50% como máximo é um percentual muito insatisfatório.
Se pensarmos que um engenheiro irá começar a colocar em prática o que aprendeu somente depois de formado, podemos concluir que a melhor escola entrega ao mercado um péssimo profissional. Isso porque ele está condenado a esquecer grande parte do que aprendeu.
Resta apenas uma ressalva importante aos cursos técnicos profissionalizantes de nível médio que oferecem aulas práticas durante o curso. Infelizmente o curso de magistério não mais existe e, portanto não pode ser citado dentre os bons exemplos de boas práticas educacionais.
Na virada do século XX para o século XXI, os países mais desenvolvidos estão empenhados em rediscutir o formato do ensino hoje considerado básico. Muitos questionamentos estão sendo feitos sobre como os conteúdos são entregues, bem como a própria grade curricular.
Alguns defendem a reintrodução das artes, a introdução da informática, bem como a manutenção ou exclusão dos estudos sociais, história e geografia.
Talvez um exemplo pragmático sobre que conteúdo entregar poderia ser o ensino da digitação nos dias de hoje. No meu tempo de escola básica, havia cursos particulares que ensinavam datilografia. Por que não ensinavam isso nas escolas? Simples assim: nem todos iriam usar datilografia na sua vida profissional. Era uma atividade restrita a escrivães, secretárias e jornalistas.
E hoje em dia? Por que não se ensina digitação nas escolas já que até mesmo médicos precisam digitar? A resposta talvez esteja em outra pergunta: por quanto tempo sobreviverá essa maneira de registrar as informações nos aplicativos? Oi? Pois é, aplicativos como o Alexa e Cortana estão aprendendo a interpretar a fala humana. Então, adeus digitação.
Os estudiosos também procuram debater e equacionar questões polêmicas como a inclusão de alunos com dificuldades motoras e mentais. Há os que defendem que esses alunos têm necessidades específicas de atenção e dedicação do professor, incompatíveis com o ritmo e grau de exigência dos demais alunos considerados como médios ou acima da média.
O corpo docente também se manifesta sobre o número de alunos que se poderia ter em classe dada a enorme diversidade. Também entra nesse debate questões de justiça, qual seja a igualdade de oportunidade, a liberdade de religião, o conceito de moralidade e questões disciplinares os quais conflitam com os conceitos de liberdade.
Alguns se manifestam em defesa da escola tradicional na sua vocação e ênfase para o aprendizado da vida em sociedade bem como no estabelecimento de padrões comportamentais e de disciplina. Em outra palavra: adestramento.
Há os que defendem o uso da tecnologia para atender aos extremos provendo atividades extracurriculares para os alunos mais rápidos e atividades revisionais para os alunos mais lentos ou com dificuldades de acompanhamento. São ideias coerentes, mas que exigem carga extra aos professores se considerarmos o sistema educacional convencional.
Há também a questão da obrigatoriedade do ensino básico apresentado como direito à educação básica e direito universal por inúmeras correntes, sob a visão de que um indivíduo com déficit de educação fica limitado a trabalhos braçais cuja remuneração é mínima, e que essa condição perpetua a condição social dos seus descendentes. Como quebrar esse ciclo pernicioso para a sociedade?
De fato, muitos talentos são desperdiçados pela sociedade em função da dificuldade de acesso à boa educação. E isso ocorre em todos os países, independentemente do sistema de governo, o que torna a discussão mundial extremamente empolgante e pertinente.
Neste século XXI debate-se a defasagem entre o que se ensina na escola com o que a ciência moderna pratica hoje em dia e demandará amanhã. E essa talvez seja a mais difícil questão, pois a velocidade com que a ciência avança hoje é muito maior do que a capacidade das escolas de mudar seus métodos e grades curriculares.
Felizmente, por necessidade ou por oportunidade, muitas empresas de software e hardware especialmente as sediadas nos Estados Unidos e Europa estão se empenhando em investir e inovar na educação. Grandes corporações como Microsoft, Google, Apple dentre outras startups produzem softwares voltados à educação e os disponibilizam para utilização gratuita de professores e escolas públicas ou particulares.
Está claro que o objetivo maior é o de validar, aperfeiçoar e adquirir expertise na área de educação de forma rápida e pratica. Prevalece a regra de ouro: ninguém melhor que o usuário para apontar pontos positivos e deficiências de qualquer produto seja hardware ou software.
Outra questão importante a se analisar é o desenvolvimento de habilidades. É notória a diferença entre crianças e adultos que se dedicam mais ao estudo quando comparados com aqueles que se dedicam mais ao desporte, às artes e à comunicação. Qual seria o ser humano ideal? Talvez seja uma mescla de tudo isso. Mas essa condição é raríssima. O estudante tende a se esforçar naquilo que por alguma razão ele gosta. O desportista idem.
O grande desafio educacional é o de despertar o interesse dos “nerds” para com o desporte assim como o inverso. E é esse grande segredo que todas as entidades que lidam com a temática da educação estão empenhadas em descobrir.
Questiona-se tudo: conteúdo, didática adequada a cada tema, trilha (aprender em que sequencia e em que profundidade), carga horária de cada matéria, correlação entre as áreas específicas do saber, o porquê aprender (finalidade prática).
E o debate vai mais além englobando como avaliar. Por que reprovar ou não reprovar, como descobrir e desenvolver as habilidades natas de cada aluno, como sociabilizar, como disciplinar, como reter o conhecimento pela repetição ou treino, como estudar etc. Tudo isso ocorre em consonância com a necessidade não de hoje ou de ontem, mas sim do amanhã.
Motivar os alunos, o corpo docente ou os funcionários de uma empresa a buscar saberes ou aprimoramentos requer muita habilidade. Talvez a pirâmide de Maslow aplicada a funcionários ajude a entender e equacionar a questão..
Para ilustrar e complementar o que postulei até aqui, vale a pena assistir a uma entrevista em Português com a Fabiana de Felício sobre Avaliação e o que fazer com os dados constatados.
Sugestão: aumente a velocidade do vídeo para 1,25 vezes.
O vídeo tem legenda em Português. Veja como ativar as legendas aqui.
VÍDEO: Clique sobre cada uma das imagens abaixo para assistir aos vídeos.
Assista também o debate levado ao ar pelo canal UM Brasil. O debate é mediado por Luciana Hubner – diretora pedagógica da SOMOS (Colégio Anglo21) e coordenadora do Prêmio Educador Nota 10. Conta com três especialistas educadores para debater boas práticas do ensino nas salas de aula: o ex-ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato; a diretora da Escola Municipal “Professora Coraly Júlia Gonçalves Carneiro”, Adriane Gallo Alcantara da Silva; e o professor de História da Escola Estadual “Alfredo Dohr”, Di Gianne de Oliveira Nunes.
Sugestão: aumente a velocidade para 1,5 vezes.
Nota: Aos 42 minutos, iniciam as perguntas dos convidados que seguem até o fim.
VÍDEO: Clique sobre cada uma das imagens abaixo para assistir aos vídeos.
10- O ensino no século XXI - Como deveria ser?
A problemática fica dificílima de ser visualizada, entendida e equacionada por uma série de fatores e principalmente pelo fato de que a humanidade aprendeu a planejar o futuro com base na experiência passada e presente. Então como planejar o ensino num futuro que se redesenha rapidamente a cada novo aplicativo lançado, a cada nova tecnologia criada e a cada nova demanda social econômica e ambiental?
Uma nova tecnologia pode eliminar outra em curto espaço de tempo causando a perda de milhares de empregos e atividades. Isso é um problema para cada país em maior ou menor grau. A substituição da energia gerada pelo combustível fóssil é o exemplo mais impactante da atualidade.
Precisamos mudar, mas as consequências são tão grandes que chega a ser assustador. No entanto essa mudança parece ser irreversível.
Com o sistema de ensino ocorre o mesmo tipo de dilema. Precisamos modificar, aperfeiçoar ou substituir o sistema de ensino da forma como ele é. Mas as consequências dessa mudança são também grandes em todos os aspectos. Surgem então os questionamentos mais elementares sobre a escola.
Por exemplo: Para que afinal a escola existe? Por que razão ela foi concebida da forma como ela é? Quais foram as demandas sociais, econômicas e políticas que motivaram sua criação? Por que motivo a escola acabou sendo adotada de forma tão universal? Por que esse modelo não serve mais? Deve ser gratuita ou paga? Deve ser obrigatória? Deve ser considerado como um direito humano? Educar é um dever do estado ou da família? De ambos? O que então compete à escola e o que se reserva à família? Onde entra a religião?
Felizmente algumas respostas já estão sendo elaboradas e como vimos antes há muita gente boa debatendo, reinventando e experimentando. Faz parte do processo de criação e substituição gradual.
Uma referência global é a experiência da Finlândia e seu novo modelo educacional. Outra referência global vem de uma minúscula escola experimental situada em uma pequena província de Portugal. Ela alcançou notoriedade mundial pelo excelente resultado na eficácia de seu método de ensino e se expandiu para outros países e culturas. Chama-se Escola da Ponte e seu método de ensino não tem um nome específico. Seu criador o professor Pacheco, não tinha a ambição de vender sua metodologia. Mas seu conceito (hoje legado) se difunde cada vez mais.
Todos partem do fundamento estabelecido pelo professor Pacheco qual seja o de despertar o interesse por aprender, atingir metas, comprometer-se, desafiar-se, e aprender com todos, mas também ensinar a todos de forma constante e generosa, respeitosa e amistosa. Os pais são orientados a não fazer a tarefa dos filhos, mas sim prover o recurso necessário e suficiente para que os mesmos alcancem o saber por si. Nunca zombar de quem ainda não sabe ou está aprendendo. Um saber assim adquirido nunca se esquece.
Neste momento vale assistir à reportagem levada ao ar pelo canal Curta sobre o ensino na Finlândia e também o modelo adotado em Cingapura que obtém os melhores índices no PISA.
O vídeo está em Francês sob o título “Demain L'école” mas oferece a legenda em Português.
VÍDEO: Clique sobre a imagem abaixo para assistir ao vídeo.
Há alguns anos, a Suécia a Suécia há alguns anos trabalha a forma com que suas crianças aprendem pela análise das dinâmicas humanas (Human Dinamics). É função dos professores observar, analisar e adaptar a metodologia de ensino para cada classe e indivíduo. Conhecendo a dinâmica de cada aluno, respeita-se a velocidade, a personalidade e a preferência de cada aluno.
Entenda um pouco de HD (Human Dynamics) aqui.
Vivemos em uma época de turbulência, de efervescência, de paixão e risco. Quase tudo já está pronto, já foi feito e inventado, mas infelizmente não servirá para as gerações futuras e, portanto muito do ensino básico precisa ser mudado, melhorado e em alguns pontos substituído.
O ensino básico e superior está caro demais e não desenvolve o cidadão do amanhã. O ensino está voltado quando muito para o hoje. A criança de hoje precisará desenvolver algumas habilidades antes impensadas, como análise de dados dinâmicos, computação (mais precisamente codificação), empreendedorismo, adaptação às mudanças tecnológicas e situacionais.
O desafio é o de desenvolver esse novo ser humano, cidadão do mundo. E qual seria minha ideia de futuro da educação? Que método revolucionário estaria eu propondo ou intuindo?
Antes de dissertar sobre isso, é preciso considerar minha própria experiência de vida, de gosto pelo aprendizado, de profissão, de gosto pelos estudos, ciências, história e também pelo comportamento humano enquanto animal essencialmente social.
Nasci no seio de uma família de educadores, que valoriza o saber, a liberdade e o trabalho árduo, bem feito, se possível sem erros e com o menor uso possível de recursos. Gosto de ler, de estudar e de transmitir conhecimento, bem como aplica-lo na prática. Sou apaixonado por tecnologia. As tecnologias associadas à transmissão do saber e do aprendizado me fascinam desde que surgiu o primeiro PC com Windows 3.1 acessível ao público em geral no início dos anos 90. Então vamos lá.
11- O ensino possível no amanhã. By me.
No futuro próximo, não vejo a escola como ela é hoje. A holografia, as realidades virtuais, mista ou aumentada estão se desenvolvendo enormemente guiadas por empresas poderosas como Microsoft, Google, Apple, além de outras consideradas como startups, mas dotadas de talentosos experts oriundos das melhores universidades.
Apresentação holográfica da cantora Witney Houston após sua morte.
Há iniciativas de usar a Holografia para apresentações remotas e show de artistas solo. Mas não vejo ainda uma experiência voltada para a sala de aula, com suas turmas regulares. Há a promessa de Smartfones que projetam imagens holográficas. Mas a que custo estará disponível?
Temos então um desafio paradoxal. Para melhorar a qualidade do ensino temos que utilizar tecnologias (software e hardware) de ponta e, portanto caríssimas. Para levar essa tecnologia para as escolas demandaria montar pelo menos umas 2 salas em cada escola preparadas para a projeção holográfica, bem como um técnico treinado para fazer as aulas acontecerem em esquema de rodízio.
Fantástico não? Mas como desenvolver um programa tipo MOBRAL ou telecurso com professores holográficos?
Como fazer uso da realidade virtual, mista ou aumentada que dure pelo menos uns 10 anos se os Smartfones se tornam obsoletos em dois ou três anos? Parece-me muito dinheiro a fundo perdido.
Tomemos o exemplo da distribuição de computadores para a administração das escolas públicas.
Esses computadores já estão obsoletos e podem atrapalhar ao invés de ajudar a administração das escolas. Quem é usuário do Windows e pacote Office desde o início, já sabe que um documento, uma planilha, uma apresentação construída em 1995 não roda nas versões do Office mais recentes. A Microsoft até disponibiliza a leitura como Office X anterior, mas isso contempla uma ou duas versões. Então a Microsoft criou a versão 365 online para minimizar esse problema.
Mas e a escola particular? Bem nesse caso podemos até cogitar adicionar um smartphone e talvez óculos de realidade virtual na lista de material escolar. Mas e quanto à produção das aulas de forma didática? Há que se recorrer a equipes profissionais de produtoras e isso sai caro. Um simples vídeo sai uma fortuna. Bem, dependendo do porte da escola a solução seria montar um estúdio de gravação e contratar profissionais de criação e edição de vídeos.
Por enquanto essas tecnologias ficarão restritas a testes piloto e a algumas aparições em eventos de grandes corporações, talvez um lançamento mundial simultâneo, alguma exposição (feira) onde algum Elon Musk (da Tesla) ou Bill Gates (da Microsoft) faria seu pronunciamento remotamente diretamente e holograficamente. Há uma apresentação interessante feita por Harari Yuval Noah de Israel para uma plateia do Ted que vale a pena conferir aqui.
A Internet possibilitou conhecer e interagir com cientistas de todo o mundo. Afinal foi esse o objetivo inicial. Através dela os cientistas puderam divulgar suas ideias, colaborar e apoiar várias pesquisas de forma simultânea e instantânea e, remotamente.
Por sua vez, as empresas, grupos de trabalho e grupos de estudos puderam trabalhar, pesquisar, compartilhar e desenvolver trabalhos desta forma, isto é: usando plataformas e aplicativos online.
Como escolas, empresas e professores estão usando a internet? Bem para vivenciar isso fiz 3 cursos via Coursera. Conclusão: carecem de dinamismo. Há em geral uma apresentação do curso, seus objetivos, o conteúdo, alguns testes, alguns vídeos, alguns chats, alguma interação com outros alunos através de avaliação entre pares; tudo rodando dentro de uma plataforma de LMS. Ainda não colocaram o ovo de pé – como costumava dizer um gerente meu.
Observo algumas iniciativas de professores que gravam as aulas em algum estúdio, editam e depois publicam no YouTube. Não há avaliação, testes, canal de dúvidas, nada. Há outros que colocaram seus vídeos em uma plataforma de LMS a fim de obter alguma remuneração e nessas plataformas eles podem colocar suas aulas em trilhas de conhecimento.
O fato é que o mundo está tentando fazer uso principalmente de vídeos e alguns aplicativos de criação de animações em vídeos como o da RSA Animate (já apresentado anteriormente, mas repetido aqui).
O vídeo tem legenda em Português. Veja como ativar as legendas aqui.
Há inúmeros aplicativos, sendo que alguns contam com recursos de edição de imagens, vídeo, áudio, captura dinâmica de tela, integrados dentro do próprio aplicativo.
Mas fazer tudo isso chegar ao aluno é algo que ainda não vi alguém fazer. Como desenhar um blended learning (aprendizado misto ou híbrido) que seja realmente empolgante contendo não apenas vídeos, mas também sessões de interação online; colaboração online dos grupos; visitas de campo com realidade virtual; laboratório virtual com mixed reality (realidade mista); jogos online seguidos de grupos de discussão da experiência obtida no jogo usando skyipe etc; trabalhos dirigidos individuais e em grupo fazendo uso de plataformas online de apresentação (broadcasting); criação e edição de vídeos interativos para exposição de teorias; com animações dinâmicas tipo story telling para apresentação dos trabalhos; proposição e resolução de problemas com técnicas de design thinking.
Enfim, como sair do simples carregamento dos materiais oriundos de apostilas e livros, testes e vídeos?
Há muitos recursos disponíveis, mas vejo tudo isso ainda como um grande quebra-cabeça que precisa ser montado. Fico tentando observar iniciativas nos Estados Unidos, China, Europa e Índia. Talvez as Nações Unidas pudessem investir numa base curricular única e produzir uma plataforma multilíngue aprovada através de licitação global.
Seria utópico? Talvez, mas se viabilizada daria uma agitada no mundo educacional. Talvez os candidatos mais interessados sejam os países com população elevada como China, Índia e Paquistão.
12- Algumas considerações de ordem cultural a observar.
Se por um lado, os Estados Unidos investem nos talentos individuais, formam times (equipes) empresas startups que irão trabalhar em prol da ideia de alguns poucos gênios visionários, a China investe no talento grupal onde prevalece a necessidade do povo. O que o povo precisa? Então se aplicam recursos e talentos a determinado projeto.
São maneiras diferentes de pensar e agir. Qual seria o melhor modelo? Difícil de julgar e até mesmo de analisar. Sequer me atreveria. Entretanto, há que se considerar uma questão: o poder de fogo. O que os Estados Unidos têm de população, a China tem de engenheiros e crescendo a diferença cresce a cada ano.
Enquanto os Estados Unidos concentram esforços tecnológicos e monetários em empresas como NASA, Apple, Tesla, Microsoft, Google buscando blindá-las quanto ao vazamento de know-how no sentido de garantir royalties futuros; a China concentra esforços em multiplicar o número de empresas detentoras de know-how visando gerar volume e diversidade de oferta e sempre com preços melhores.
Outro aspecto a considerar é a questão do idioma falado e escrito. Nos últimos anos, enquanto eu era trabalhador na Academia de uma grande multinacional eu trabalhei no desenvolvimento, adaptação e tradução de cursos multimídia e por último online. Isso me possibilitou analisar a questão do espaço utilizado em cada idioma, bem como o tempo de locução utilizado ao produzir a narrativa nesses idiomas. Em alguns fiz uso da locução gravada por nativos. Mas no âmbito global tínhamos que usar locução de máquina (text to speach).
Aprendi uma coisa no mínimo curiosa. Se tomarmos o idioma Inglês como 100%; posso afirmar com segurança que o texto traduzido para o Português ocupará cerca de 20% a mais de espaço (adotando a mesma fonte, tamanho e espessura de caracteres).
Aprendi também que os tempos de locução utilizados em cada idioma obedecem a proporções similares. Ou seja; para dublar em espanhol um filme - originalmente produzido em Inglês - os locutores terão que falar bem mais rapidamente. Isso ocorre também na dublagem para o Português, porém em menor intensidade.
De forma geral as línguas latinas (Português, Espanhol e Francês) usam mais palavras para expressar a mesma sentença que a língua inglesa devido à estrutura verbal.
E quanto ao idioma Chinês? Existe o clássico e moderno. Neste caso vou falar apenas do clássico (continental) em relação ao Inglês. O idioma Chinês, é bem mais econômico que o idioma Inglês, pois precisa de apenas um símbolo expressar um conceito amplo.
Observe na tabela a seguir o espaço ocupado pelo mesmo texto nos quatro idiomas. É impressionante o quanto o Chinês é muito mais econômico, o quanto de espaço a menos ele ocupa. Isso é muito importante quando se produz uma revista ou um vídeo em vários idiomas, mas também dá uma ideia clara e evidente de quanto tempo uma reunião de trabalho demanda para os americanos, para os brasileiros, para os espanhóis e finalmente para os chineses.
Os chineses são muito mais rápidos para se comunicar que os americanos. Se considerarmos a questão da comunicação, se traçarmos uma analogia com duas pessoas distintas falando a mesma coisa em Português, diríamos que uma é concisa enquanto que outra é prolixa. Concluindo, o chinês é conciso e os idiomas ingleses e latinos são prolixos..
A pergunta do milhão é: Por que ninguém explica isso aos programadores de plataformas multilíngues? Por que ninguém explica isso para os roteiristas de filmes idealizados para alcançar vários países (idiomas)?
13- Divagando para entender as diferentes culturas.
Eu acredito que não é apenas uma questão de salário que torna o chinês dez vezes mais produtivo que o americano.
Certamente um engenheiro na China ganha muito menos que um engenheiro americano. Mais que isso ele se comunica mais rápido, quer seja na fala ou na escrita.
Então, o motivo dos chineses serem mais competitivos é muito mais complexo. Enquanto que um empregado americano precisa de telefone, calculadora, PC, máquina de café, mesa, cadeira e algum tempo extra para se comunicar profissionalmente, um chinês precisa apenas de uma reunião de trabalho com colegas para debater e encontrar uma solução.
Pense na questão da educação. De duas uma; ou o chinês precisa de menos tempo para aprender o mesmo conteúdo que um americano ou então um chinês aprende muito mais conteúdo no mesmo período de tempo; motivado apenas pela rapidez com que seu idioma (chinês) permite que se comuniquem. Simples assim!
Pense agora na questão da alimentação. Enquanto que os americanos consomem o “fast food”, e por isso se destacou em termos de produtividade frente aos ingleses e franceses (enfim; frente aos europeus) o chinês consome uma espécie de sopa contendo gordura, proteína animal, vegetal e água. Arrisco afirmar que além de mais nutritivo é mais rápido de comer, mais saudável e mais fácil de digerir.
Enquanto que dois hambúrgueres alimentam apenas um americano, a mesma porção de carne misturada com pedaços de frango, macarrão e algas, alimenta uma família chinesa. Enquanto que o “fast-food” dá sonolência pelo excesso de carboidrato, a refeição chinesa respeita o organismo humano, o que proporciona um rendimento uniforme antes e após a refeição.
Pense na questão do transporte e seu custo. Enquanto que um funcionário americano utiliza um carro enorme, caro e dispendioso, o chinês utiliza uma bicicleta para ir ao trabalho.
Quer mais? Pense na moradia. Enquanto que um americano mora em uma casa enorme o suficiente para proporcionar um cômodo para cada membro da família, um chinês mora em um cubículo constituído de cozinham sala e quarto comunitário onde convivem. Suíte? Nem pensar. Um banheiro para cada membro da família? Loucura americana.
Eu poderia continuar a discorrer sobre as diferenças que fazem com que o chinês seja imbatível na atualidade, mas esses exemplos singelos convencem qualquer cético.
Por favor, não pense que é apenas uma questão de sistema político tipo capitalismo x comunismo. Essa disparidade na produtividade aconteceu também quando os americanos alavancaram a economia japonesa, tailandesa, sul-coreana, enfim: os povos asiáticos.
14- Desafio final para nós ocidentais.
Eu particularmente não entendo que o desafio seja equacionar a disputa entre o ocidente x oriente, aqui entendido como Ásia. Cada povo, cada país tem sua cultura e modo de vida. Assim foi e talvez sempre seja. Nessa questão, talvez o Brasil e os EUA sejam países privilegiados em maior ou menor grau. Os EUA têm imigrantes latinos, do Reino Unido, da França, da Alemanha, da Europa oriental, dos países árabes, dos países asiáticos e africanos. Entretanto a miscigenação é mais forte e aceita no Brasil.
A educação, a sabedoria, a expertise, o know-how, a cultura, os hábitos, as religiões, os sistemas políticos, o valor dos recursos de cada terra, de cada povo determinaram e talvez venham a determinar qual povo/cultura/modo de vida/sociedade sobressairá ou prevalecerá.
De uma coisa tenho convicção. Se a China decidir criar uma grade curricular apoiada pela tecnologia como esbocei, eles o farão com maestria, pois têm capacidade e recursos quase que impensáveis. Uma das características que os diferenciam do ocidente é o orgulho de observar o que outros povos fizeram, copiá-los e reproduzir melhor e massivamente.
15- A opinião e experiência de "experts" em educação.
Ofereço algumas pérolas que encontrei no formato de vídeo, onde experts em educação fazem suas considerações e expõe seus pontos de vista.
Antecedendo cada vídeo há um breve descritivo do que o leitor irá absorver do autor.
Espero que apreciem os pontos de vista.
How schools kill creativity by Ken Robinson - (Como as escolas matam a criatividade)
Sir Ken Robinson promove um caso divertido e profundamente comovente para criar um sistema educacional que nutre (ao invés de minar) a criatividade.
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Salman Khan : Let's use video to reinvent education (Usemos videos para reinventar a educação)
Salman Khan fala sobre como e por que ele criou a notável Khan Academy, uma série cuidadosamente estruturada de vídeos educacionais oferecendo currículos completos em matemática e, agora, outros assuntos. Ele mostra o poder dos exercícios interativos e pede que os professores considerem inverter o roteiro tradicional da sala de aula -- dar aos alunos videoaulas para assistir em casa e fazer "lição de casa" em sala de aula com o professor disponível para ajudar.
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Sugata Mitra : Build a School in the Cloud (Construa uma escola na núvem)
No palco do TED2013, Sugata Mitra faz um desejo ousado para o TED Prize: me ajudem a projetar a Escola na Nuvem, um laboratório de ensino na Índia, onde crianças podem explorar e aprender umas com as outras - usando recursos e monitoria da nuvem. Ouça a sua inspiradora visão dos Ambientes de Aprendizado Auto-Organizáveis (AAAO).
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Daphne Koller : What we're learning from online education (o que estamos aprendendo com a educação online)
Daphne Koller está atraindo universidades de elite a disponibilizarem online seus cursos mais intrigantes gratuitamente -- não apenas como um serviço, mas como forma de pesquisar como as pessoas aprendem. Cada clique no mouse, cada fórum de discussão entre alunos e tarefas de auto avaliação, criam um conjunto inédito de dados sobre como o conhecimento é processado e, o mais importante, absorvido.
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Geoff Mulgan : A short intro to the Studio School (Uma pequena introdução à Escola Estúdio)
Alguns jovens aprendem ouvindo; outros aprendem fazendo. Geoff Mulgan dá uma pequena introdução à Escola Estúdio, um novo tipo de escola no Reino Unido na qual pequenos grupos de crianças aprendem trabalhando em projetos que são, nas palavras de Mulgan, "de verdade".
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Sugata Mitra : Kids can teach themselves (Crianças podem ensinar a si mesmas)
Falando no LIFT 2007, Sugata Mitra fala sobre seu projeto Buraco na Parede. Os jovens deste projeto descobriram como usar um PC por conta própria e depois ensinaram outras crianças. Ele pergunta: o que mais as crianças podem ensinar a si mesmas?
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Peter Norvig : The 100,000-student classroom (A classe com 100.000 alunos)
No outono de 2011 Peter Norvig juntamente com Sebastian Thrun lecionavam sobre inteligência artificial para 175 alunos de ensino regular em Stanford -- e para mais de 100.000 à distância via internet. Ele compartilha o que aprendeu sobre lecionar para uma turma global.
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Dave Eggers : My wish: Once Upon a School (Meu desejo: era uma vez uma escola)
Ao aceitar seu TED Prize, o escritor Dave Eggers convida a comunidade do TED a se engajar pessoalmente e criativamente com escolas públicas locais. Com uma gana entusiasticamente, ele fala sobre como seu centro de acompanhamento 826 Valência inspirou outros voluntários ao redor do mundo a abrir seus próprios - violentamente criativos - laboratórios de escrita.
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Liz Coleman : A call to reinvent liberal arts education (Um chamado para reinventar a educação liberal das artes)
Liz Coleman, presidente da Universidade Bennington, faz uma convocação às armas por uma reforma radical no ensino superior. Arremetendo contra a tendência de impelir estudantes em direção a áreas de estudo limitadas, ela propõe uma educação verdadeiramente interdisciplinar -- combinando dinamicamente todas as áreas de ensino para compreender todos os grandes problemas atuais.
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Arthur Benjamin : Teach statistics before calculus! (Ensine estatísticas antes da matemática)
Alguém sempre pergunta ao professor de matemática: "Vou usar cálculo na vida real?" E para a maioria de nós, diz Arthur Benjamin, a resposta é não. Ele oferece uma proposta ousada sobre como tornar a educação matemática relevante na era digital.
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Kiran Sethi : Kids, take charge (Crianças assumam a responsabilidade)
Kiran Bir Sethi mostra como sua inovadora Escola Riverside, na Índia, ensina a lição mais valiosa da vida das crianças: "Eu posso". Ver seus alunos tomarem as questões locais em suas próprias mãos, liderar outros jovens, até mesmo educar pais é incrível.
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Christopher Emdin : Teach teachers how to create magic (Como educar líderes? Arte liberal)
O que shows de rap, barbearias e igrejas têm e comum? Como Christopher Emdin diz, em todos eles reside o segredo da mágica que encanta e ensina ao mesmo tempo, uma técnica que geralmente não é passada aos educadores. Este defensor da ciência (e co-fundador do Science Genius B.A.T.T.L.E.S. com GZA do Wu-Tang Clan) oferece uma perspectiva para trazer as salas de aula de volta à vida.
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Carol Dweck: The power of believing that you can improve (Professores ensinam como criar mágica)
Carol Dweck faz investigação sobre "mentalidade de crescimento" — a ideia de que podemos fazer crescer a capacidade de o nosso cérebro aprender a resolver problemas. Nesta apresentação, ela descreve duas maneiras de pensar sobre um problema que pode ser difícil demais para resolver. Não somos suficientemente espertos para resolver... ou apenas ainda não o conseguimos resolver? Uma introdução excelente para esta forma de pensar.
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Takaharu Tezuka: The best kindergarden you’ve ever seen (O melhor jardim de infância que você já viu)
Nesta escola em Tóquio, crianças de 5 anos causam aglomerações e janelas são para o Papai Noel entrar. Conheça: o jardim de infância mais fofo do mundo, projetado pelo arquiteto Takaharu Tezuka. Nesta conversa encantadora, ele nos orienta através de um processo de design que realmente permite que as crianças sejam crianças.
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Graham Brown-Martin: Learning (Re)Imagined. How the connected society is transforming learning (Aprendizagem Reimaginada)
Graham acredita muito no fato de que a educação só mudará envolvendo mais pessoas. Nesta conversa envolvente e espirituosa cheia de imagens e citações, Graham discute sua pesquisa em Aprendizagem (Re)imaginada e algumas de suas principais conclusões em torno da transformação e aprendizado que incluem contexto, ambiente, compromisso, tecnologia e o futuro.
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16- Plataformas atuais (ou sistemas operacionais)
Há pouco tempo, tínhamos apenas dois grandes provedores de sistemas operacionais: a Microsoft e a Apple. A Microsoft se especializou no desenvolvimento de seu sistema operacional enquanto que a Apple tinha como virtude seus próprios computadores rodando seu próprio sistema operacional. Ambos cresceram e se tornaram gigantes.
É difícil opinar qual corporação escolheu a melhor estratégia. Quando a Microsoft lançou seu navegador (internet Explorer) ela se tornou quase que um padrão. Mas em 2007 a Apple lançou o Smartphone e impactou o mercado de “mobiles”. Logo em seguida surge o “Android” - sistema operacional que viria a rivalizar com a Apple abrindo mercado para inúmeras marcas de smartphones.
Mais adiante a Microsoft criou o Windows 10 e passou a oferecer também computadores, note books e smartphones rodando seu sistema operacional. Mas até hoje o sistema não emplacou para tablets e smartphones.
No meio do caminho surgiu o sistema operacional Linux, gratuito e de fonte aberta para computadores. Há quem goste, mas é um sistema restrito. Recentemente, com a disputa comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China, surge um novo sistema operacional para rodar os smartphones chineses.
A Rússia também desenvolveu seu próprio sistema operacional e navegadores de internet. No Ocidente surgiram outros navegadores para competir com a Microsoft e Apple. São o Firefox e o Chrome da Google.
Certamente outros aplicativos poderão surgir por questões de segurança nacional e hegemonia comercial. O fato é que isso dificulta a criação dos demais aplicativos, pois será preciso disponibilizá-los e atualizá-los frequentemente para funcionarem em “n” plataformas.
Mas a humanidade haverá de superar essas picuinhas. Foi assim com os sistemas de medidas métricas (métrico x inglês). Também ocorreu com o sistema de trânsito Europeu/americano x Inglês (volante à direita x esquerda). Observamos diferenças também no sistema padrão de ciclos para fornecimento de energia elétrica alternada (50 x 60 ciclos) e na voltagem (110 Volts x 220 Volts). Há diferenças também nas tomadas elétricas (sistemas Europeu x Americano x Japonês x Brasileiro x etc). Há também os sistemas de transmissão de sinal de TV (Americano, Europeu e Japonês).
Afinal, essas questões de ordem políticas são relevantes no desenvolvimento de um sistema de ensino global ou regional? Acredito que sim. De qualquer forma, sou favorável a um método misto de competição e colaboração. A humanidade como um todo evoluiu graças a essas diferenças e graças ao desejo de dominação ou pura ambição de ser o melhor.
17- Os aplicativos dedicados à Educação.
Já comentei que sou apaixonado por transmissão de conhecimento e tecnologia, especialmente as tecnologias voltadas à educação e a formação das futuras gerações.
Há um App que me permitiu compartilhar minhas descobertas sobre Appsque podem ser muito bem usados na educação, na sala de aula, ou qual seja a técnica que o educador pense em adotar:
- sistema híbrido,
- e-learning,
- Web Based Training,
- imersivo,
- broadcasting,
- pílulas de conhecimento,
- trilhas de conhecimento/aprendizado,
- gamificação
- desenvolvimento 360 graus,
- classe invertida,
- baseada em projetos,
- realidade virtual, mista ou aumentada,
- learning by doing,
- learning on the job,
- training videos ou
- qualquer nova metodologia que venha a ser criada ou rebatizada.
Aproveite e teste. A maioria dos Apps são gratuitos. Depende de você decidir usar dentro das diretrizes de sua escola ou empresa. Minha sugestão é: aprenda a usar, crie um projeto piloto e expanda ou compartilhe a experiência com o corpo docente com profissionalismo e espírito inovador. Não desamine se seu corpo docente for retrógrado.
Mais um detalhe a considerar: existe um recurso ideal para cada matéria, conteúdo ou habilidade a ser aprendida e/ou desenvolvida. Cabe a você identificar que meio (mídia) ou qual forma (presencial, EAD, classe invertida ou baseada em projetos) o conhecimento será melhor absorvido.
Cabe a você também identificar seu público alvo e decidir que metodologia alcançaria o melhor aproveitamento. E nesta questão vale a pena conhecer neolinguística, inteligências múltiplas, human dynamics.
No QR Code com link abaixo, você encontrará uma quantidade enorme de aplicativos que poderá utilizar em seus cursos, treinamentos, apresentações ou EAD. A maioria são multi-plataforma, ou seja: são acessíveis por computador, tablet ou smartphone. Vale um comentário. Pelo que observei neles, o professor desenvolve algo no PC e disponibiliza ao aluno via tablet, smartphone ou PC.
Aproveite minha pesquisa através do App gratuito Peartrees.
Escaneie o QR code com seu tablete ou smartphone ou clique na figura caso esteja lendo de um PC.
18- Boas práticas para EAD.
Eu tenho pesquisado muito sobre tecnologias de ensino e aprendizado. Nessa jornada, encontrei vídeos de treinamento profissionais para serem usados em classe (vide SIAMAR). Também encontrei aplicativos multimídia para rodarem em computadores (CD-ROM) e mais recentemente surgiram os aplicativos para serem usados via Web (WWW).
Decidi compartilhar algumas técnicas, pois, servem como inspiração ou referência e podem incentivar aqueles que ainda não conhecem ou não acreditam que é mais fácil do que parece.
Ensino de Idiomas: Observem o trabalho de quatro professores YouTubers. No meu parecer eles encontraram uma boa formula para classes online. São vídeos de curta duração e focados em alguns assuntos superimportantes que turbinam o aprendizado. É claro que não dispensa um curso regular, mas complementa, acelera e proporciona o aprendizado individual a qualquer hora.
Note que todos eles falam direto para o educando como se estivessem conversando via Skype. O ritmo é moderadamente rápido para manter a atenção total do aluno. Se a velocidade for demais para o aluno é possível reduzi-la na na própria plataforma do YouTube.
Todavia é recomendável usar fones de ouvido. Hoje já há no mercado fones que suprimem o som do ambiente o que melhora a imersão significativamente. Se os alunos possuírem óculos de Realidade Virtual é possível usá-lo com ou sem efeito 3D, pois já existem aplicativos que transformam um vídeo normal em 3D assim como faz uma Smart TV 3D.
Convido o leitor a assistir parte das vídeo-aulas a seguir.
Como explorar esse recurso com seus alunos sejam eles de escolas regulares, faculdades ou empresas?
Veja no link a seguir uma combinação de aplicativos (Symbaloo + YouTube). No Symbaloo é possível montar uma trilha de conhecimento com etapas de quizes com feed-back ao aluno.
Além disso, o Symbaloo tem inúmeros templates e criações de professores que podem ser replicados (ou traduzidos) pelo professor ou aluno. A replicagem pode ficar na forma privada ou pública (dentro da plataforma). E você poderá disponibilizar um link ao seu público alvo (seus alunos)
Veja como exemplo no Post que publiquei aqui.
O professor ou instrutor pode fazer uso da técnica de classe invertida onde é dado um tema a ser pesquisado e estudado pelos alunos e eles mesmo apresentam sua trilha construída em grupo ou individualmente.
O professor pode também fornecer uma trilha já preparada e pedir que melhorem inserindo sessões de perguntas e respostas com feed-back (que citam outras fontes caso o aluno erre).
O professor poderá também fazer uso da plataforma TedEd. Veja um exemplo no link a seguir. Todavia o tema não é 100% relacionado a idioma. É mais pertinente à, empreendedorismo, colaboracionismo e civismo.
Adicionalmente o aluno desenvolverá habilidades de criação, de uso de Apps pelo método Learning by doing (aprender fazendo).
Veja como no Post que publiquei aqui.
Mas fica um alerta. Antes, pesquise se os alunos tem acesso pessoal a um computador conectado à Internet. A maioria dos aplicativos e plataformas que pesquisei tem versão para smartphone e tablet, embora ainda pense que o mouse e teclado combinam melhor com essas iniciativas.
Ensino de Química: Observe o brilhante trabalho desse professor holandês. Ele fez uso de cartolinas onde escreve ou simplesmente desliza cartões para a área de sua mesa que está sendo filmada em sincronia sua fala. Hoje em dia, é possível usar um smartphone ou tablet para a gravação e depois editar a aula com editores de vídeo online diretamente no smartphone ou no PC.
Convido o leitor a assistir parte de uma vídeo-aula a seguir.
Para explorar esse recurso, pense nas mesmas sugestões que dei para Idiomas.
Ensino de História: Sobre história há muitos canais e vídeos criados com equipes grandes ou pequenas, profissionais ou canais StartUps, aplicativos gratuitos ou não.
Selecionei como exemplos os vídeos a seguir:
Ensino de Física: O tema é bastante controverso, pois eu mesmo (tenho hoje 65 anos) lembro muito bem de um professor do cursinho para vestibular comentar que estávamos estudando a Física de dois séculos atrás enquanto que a Física Quântica era o que deveríamos estar aprendendo para que as gerações futuras pudessem dar um salto tecnológico.
Questionamentos à parte, as pessoas precisam aprender a Física de Newton para entender coisas simples do dia-a-dia como o fato de uma canoa precisar avançar alguns bons metros contra a corrente beirando a margem do rio para então começar a remar em direção à outra margem e alcançar a margem oposta como se tivesse remado em linha reta sem a interferência da corrente do rio. Um índio sabe disso e aprendeu por experiência, não pela física.
E a física quântica? As próximas gerações cobrarão das escolas e faculdades a medida que seu entendimento crie tecnologias que a utilize no dia-a-dia da população.
Coloquei alguns exemplos de aulas sobre física que encontrei principalmente oriundos de professores de cursinho pré-vestibular. São exemplos interessantes, mas em geral buscam levar ao aluno de EAD a aula que eles dão nos cursinhos.
Naturalmente são dinâmicas motivacionais e atraentes, mas não apresentam novidade no quesito inovação.
Acrescento alguns exemplos de aulas (ou apresentações) que fazem uso de aplicativos como VideoScribe e Prezi. Esses aplicativos são como que uma evolução do PowerPoint, porém mais dinâmicos.
Copie e cole os endereços a seguir em seu browser.,
https://www.videoscribe.co/en/education
https://prezi.com/gallery/best-education/
19- Que App devo usar?
A certeza é todos que puder. Não existe uma plataforma de LMS completa que contenha todas os Apps dedicados ao Ensino. Existem milhares de aplicativos. Há interesses comerciais em jogo e isso é muito positivo.
Mas para competirem globalmente, esses aplicativos precisam de bons exemplos. E, como já disse nada melhor que fornecer acesso gratuito para professores exercitarem suas habilidades e servirem de exemplo para outros. Com isso as escolas particulares e governos poderão se interessar em adquirir e pagar pelo uso.
Há muito a ser conhecido, aprendido e utilizado pelos professores.
O aprendizado orgânico, porém acelerado dos professores e alunos levarão as futuras gerações a outros patamares evolutivos de cognição e conhecimento em todas as áreas da ciência. Acredito que esse é o caminho ideal para o progresso da educação e aprendizado.
Se você é um estudante, um professor ou gestor de educação ponha em prática as ferramentas que apresento no Pearltrees. Pesquise e pratique. Todo aplicativo tem algum Tutorial, mas há também YouTubers explicando o básico ou mais sobre cada aplicativo. Basta digitar o nome do aplicativo no Google que logo aparece inúmeros sites e vídeos em vários idiomas.
20- A IA (Inteligência Artificial) na Educação
Imagine você fazendo um teste de PNL - Planejamento Neuro-linguístico - para identificar seu canal de comunicação principal, ou seja, seu canal de aprendizado principal. São três: visual, auditivo e sinestésico. Ou então fazer um teste de personalidade dentre os vários existentes. Eu citei anteriormente o método Human Dynamics usado pela Suécia desde o ensino fundamental.
Esses são apenas dois dos testes que surgiram no pós-guerra nos quais deposito minha aposta na utilização em conjunto com os sistemas LMS (Learning Management System) ou “Sistema de Administração do Aprendizado”. Por enquanto...
Suponha que você fez um dos testes e identificou que seu principal canal de aprendizado é o auditivo. O sistema LMS baseado nesta informação irá recomendar a você uma trilha de aprendizado baseada em PodCasts, áudio-livros, depoimentos, entrevistas e os feedback de colegas, do tutor ou professor serão gravados e fornecidos em arquivo de áudio ou vídeo.
Suponha que você não assimilou o conteúdo nos testes de avaliação. Então o sistema LMS irá selecionar para você o mesmo conteúdo, porém fornecido via algum audiovisual, pois, seu segundo canal de comunicação identificado no teste previamente feito é o visual.
Suponha que você começou a assistir o vídeo sugerido pelo sistema LMS e não gostou do professor. Ele fala muito devagar, você não foi com a cara dele. Você poderá aumentar a velocidade do vídeo ou trocar de professor - como ocorre na vida real de hoje.
E assim segue a experiência de aprendizado.
A holografia, a Realidade Virtual, A Realidade Artificial e a Realidade Mista estão a criar novas experiências para os sinestésicos. Os sinestésicos correspondem ao grupo de pessoas que aprendem experimentando, tocando, fazendo e praticando.
Por isso os jogos eletrônicos (games) são tão bem sucedidos em termos de vendas no mercado de jogos. Há grande parte da população que são sinestésicos.
Obviamente a trilha de aprendizado conterá avaliações prévias para não aborrecer os alunos com conteúdos que já dominam. Isso é conhecido como níveis de conhecimento: básico, intermediário e avançado.
Imagine que conteúdos ou conceitos de história, química, física, matemática possam ser transmitidos via conteúdos 3D, Holografia, Realidade Virtual, ou Mista. O aluno cujo canal de comunicação seja o sinestésico poderá aprender profundamente e o aprendizado ficará gravado em seu cérebro por toda sua vida. Experiência é tudo de bom para os sinestésicos.
Mas para que isso se torne economicamente viável e aplicável, é preciso fazer o levantamento da população em cada país, o que pode gerar conflitos de pensamento como a invasão de privacidade, direito de livre escolha e por aí vai.
À parte das teorias conspiratórias, o fato é que as empresas multinacionais estão a investigar e aplicar os sistemas de IA em seus departamentos (gerencias ou diretorias) de RH, nas Academias e na recolocação ou reaproveitamento de pessoal.
Não sou contra nem a favor, confesso. Toda política, estratégia, ferramenta ou arma pode ser usada para o bem comum ou para o bem exclusivamente corporativo ou pessoal.
Por fim, quero deixar registrado que há muito mais a ser conhecido, aprendido e utilizado pelos professores.
O aprendizado orgânico, mas acelerado dos professores e alunos levarão as futuras gerações a outros patamares evolutivos de cognição e conhecimento em todas as áreas da ciência. Acredito que esse é o caminho ideal para o progresso da educação e aprendizado.
Se você é um estudante, um professor ou gestor de educação ou profissional ligado a T&D sugiro que ponha em prática as ferramentas que apresentei. Pesquise e teste as outras ferramentas que divulgo e compartilho no Peartrees.
Lembro sempre de um ditado árabe: você pode forçar um camelo a ir até um oásis (olho d’água). Mas não pode força-lo a beber a água. Assim acontece com o saber. Você pode colocar um jovem na melhor escola para que aprenda. Se ele não quiser aprender, continuará sem saber.
21- A empatia com o Professor
Quem não se lembra de alguma matéria onde o professor (a) não cativava a turma ou então parecia falar outra língua e a maioria da turma ia mal nas avaliações. Por outro lado a mesma matéria lotava classes com outro professor. Isso aconteceu algumas vezes comigo e provavelmente com todos nós alguma vez.
Por que isso acontece? Posso especular algumas razões pelas quais algum aluno não aprende.
Talvez o professor não tenha a empatia de fazer uma avaliação do quanto os alunos sabiam ao assumir a turma e comparar com o que deveriam saber na série anterior. Ele parte do pressuposto de que todos os alunos sabem o conhecimento prévio necessário para absorver novos conhecimentos. Erro fatal, pois o sistema é falho.
Talvez o professor tenha aprendido a matéria que leciona por um canal de aprendizado próprio. Por exemplo, o canal auditivo. E passou a transmitir o conteúdo da forma como aprendeu. Acontece que nem todos os alunos conseguem aprender apenas ouvindo. O resultado é o fracasso de ambos: professor e aluno. No cotidiano docente há uma brincadeira: quer que desenhe?
Talvez os alunos não simpatizassem com o professor, seja por sua aparência física, sua voz, sua maneira de se colocar em classe (postura) ou mesmo sua didática. Ninguém aprende com quem não gosta ou admira. Conquistar os alunos é fundamental logo no primeiro dia. Começar de sola é a pior estratégia. Há técnicas para isso e o bom professor as pratica.
Talvez o professor tenha convicções conflitantes com a dos alunos. Quem assistiu ao filme: “Deus não está morto” sabe bem do que estou falando. O professor pode ter suas convicções políticas, religiosas, pode amar matemática ou então o oposto: humanas.
Se ele não apresentar utilidades práticas de sua matéria, nunca convencerá um humanista de que matemática e física são úteis no dia-a-dia. O inverso também é verdadeiro. Acrescente que o ser humano é preconceituoso por natureza. Então se o professor não se identificar com seu público alvo, certamente não logrará em sua missão de transmitir seu saber.
Existem inúmeros talvez. A Inteligência Artificial pode contribuir de diversas formas.
Imagine-se preparando um tema para ser inserido em um Curriculum escolar ou em uma trilha de aprendizado para a empresa onde você trabalha. Você pode pesquisar em textos, vídeos, podcasts, áudio-livros, filmes, produções em 3D, holografia, documentários etc.
Contando com a infinidade de conteúdos disponíveis na Web, você poderá oferecer pelo menos 3 caminhos: um para o visual, outro para o auditivo, outro para o sinestésico. Você poderá criar testes de avaliação adequados para cada tipo de pessoa e todos aprenderão o conteúdo através de seu próprio canal de aprendizado.
Não passou? Apresente o mesmo conteúdo pelo segundo canal de aprendizado do aluno e avalie novamente através de testes especialmente elaborados para o canal de aprendizado dele.
O bom professor, costuma trabalhar os 3 canais de aprendizado em suas aulas ou atividades a fim de não deixar ninguém para trás. Mas essa técnica causa dispersão ora de uns ora de ouros conforme o canal de aprendizado individual.
A Inteligência artificial poderá ajudar a criar currículos adequados dotados de planos B ou C ou D para as escolas ou empresas. Afinal cada vez mais surgem tecnologias e conteudistas dispostos a colaborar espontaneamente.
Pegue o exemplo do YouTube e do TED. Se alguém gostou de uma apresentação ou vídeo, pode colaborar criando uma legenda no seu idioma nativo. Essa colaboração será validada por outro colaborador espontâneo. E logo milhões de nativos poderão assistir ao vídeo com legendas em seu idioma.
Quer um resumo do conteúdo para focar um princípio básico? Baixe o vídeo em seu canal particular e edite-o eliminando o que julgar necessário para uma abordagem mais simples ou direta. Ou então, selecione o trecho do vídeo que quer mostrar. Isso já é possível no YouTube.
Claro está que ainda não equacionamos a questão dos direitos autorais. Mas no futuro poderá ser criada uma regra como existe hoje em diversos setores. Sua autoria vale por dez anos. Após isso passará a ser de domínio público.
Mas isso ficará para ser decidido num futuro não tão longínquo. Assim espero. Afinal, aquilo que eu sei é porque aprendi com alguém e talvez tenha tido a oportunidade de apresentar de forma diferente ou tenha tido a visão de melhorar a ideia inicial. Por que então deveria cobrar ou pagar royalties? Parece-me retrógrado. A humanidade precisa evoluir e não ficar presos a regras dos séculos passados.
Claro está que isso precisa ser debatido e equacionado para o século XXI, onde a velocidade das tecnologias e saberes são mutantes cotidianamente.
22- Aplicação Prática do Aprendizado
Suponha que seu aluno tenha aprendido o conteúdo teórico através de suas estratégias didáticas. Isso não basta para sua formação. É preciso desafiar o aluno (ou grupo de alunos) a utilizar o conhecimento adquirido em solução de problemas práticos e atuais. Você pode iniciar oferecendo problemas já equacionados no passado a fim de estimulá-los. Mas haverá um momento em que eles devem e precisam ser desafiados com problemas atuais e reais.
Isso pode acontecer e muitas escolas já praticam isso através de feiras de ciências e competições nacionais e internacionais. Você pode pensar: então essa estratégia já existe? Sim, mas de forma seletiva. Apenas os melhores dos melhores passam por essa experiência.
Tudo bem, a meritocracia existe e é saudável, mas a oportunidade pode sempre transformar seres humanos medíocres em seres humanos melhores. E somente um processo mais generoso, com mais compaixão e humanidade poderá tornar a sociedade menos revoltada e mais realizada ou feliz.
Até breve
Sim; até breve, pois, irei divulgar como usar os inúmeros aplicativos online que pesquisei e agrupei conforme sua finalidade para uso no trabalho, na educação considerando ainda a questão do uso gratuito para professores ou pagos para empresas.
Este talvez se transforme em meu legado oferecido através de posts específicos.
Bom proveito