Quando se chega a certa idade, começamos a repassar uma série de coisas e fatos da vida que parecem ter ficado marcados na memória. Queremos passar a limpo certos pontos de interrogação que se acumularam ao longo da vida.
Para mim tenho alguns desses pontos de interrogação e um deles diz respeito a localização de lugares, cidades países e povos ao longo do tempo e espaço.
Uma das dúvidas que mais me intrigaram foi sobre onde afinal ficava essa tal de Mesopotâmia? Onde foi parar a Fenícia (ou os fenícios). Quem são os descendentes deles e onde vivem nos dias de hoje?
Os mais jovens ou pragmáticos podem pensar de imediato: saber ou não saber isso vai fazer diferença no cardápio do jantar? Em outras palavras: em que isso vai contribuir para encher sua barriga?
De fato, a informação em si não faz diferença alguma. Mas então por que tanto se estuda sobre a historia antiga? Nem os mais jovens nem eu saberíamos responder.
Recentemente um programa na TV me chamou atenção pelo título: você sabia que carioca era um rio? Daí vem o nome dado aos cariocas. Carioca foi o rio que abasteceu a população do Rio por um bom tempo. É impressionante como a história só faz sentido se soubermos localizar no mapa onde e em que época algum fato ocorreu. Hoje o rio carioca está quase que totalmente canalizado e talvez ninguém saiba ao certo por onde passa.
Será que coisas assim aconteciam também na questão dos nomes de povos e países antigos? Provavelmente os judeus vieram da Judéia, mas alguém sabe onde ficava e se corresponde hoje a Israel? Boa pergunta não?
Antigamente se aprendia muito disso através do estudo do próprio idioma. O significado das palavras em latim ou grego ajudava muito a compreensão. Há meio século não mais se ensina latim e grego nas escolas. E com a era da decoreba muita coisa se perdeu ao criar o péssimo costume de decorar nomes e fórmulas para passar de ano ou para passar no vestibular de uma faculdade.
O resultado da prática da decoreba é que após passar de ano nossa mente descarta tudo o que ela, a mente, supõe não mais ser útil. Após passar no vestibular, nossa mente se esquece da maioria do que ironicamente decorou para se preparar para a universidade. Entrei? Agora não preciso mais dessa ou aquela informação. Isso remete a outro dilema; então para que aprender?
Talvez inspirado por esse tipo de inquietude, um pesquisador Frederic Kaplan criou um sistema que vincula a data (época) aos mapas mundiais conhecidos. Quando assisti a sua apresentação fiquei super entusiasmado simplesmente porque toda a história fragmentada em minha cabeça (e nos livros) finalmente seria conectada no tempo e no espaço e tudo faria mais sentido.
Constantinopla era a mesma Istambul com o mesmo povo só que em épocas diferentes?
Assistam a apresentação do sistema criado por Frederic. Espero que possam um dia a ver o resultado desse trabalho que hoje ainda está no seu nascedouro. Clique aqui para ver com legendas.
A partir desse mapa aprender será muito mais fácil e terá muito mais sentido aprender história para todos nós.