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A verdade sobre a mentira.

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Mentir faz parte da natureza humana? Uma mentirinha social, como um falso elogio, é aceitável? O que você pensa de um sincerocida? Definição: pessoa que fala o que pensa (sua verdade) doe a quem doer – o termo foi recentemente criado e usado pelas gerações mais jovens.

Você aprecia ou condena uma pessoa dissimulada? Afinal, uma mentira é aceitável ou condenável? É socialmente necessária? Depende da mentira?


O tema é polêmico e controverso uma vez que a linha que separa a gentiliza da falsidade é tênue. Falando sério; por que alguém precisa jurar dizer a verdade com a mão sobre uma Bíblia? Por que alguém é escorraçado por haver presumidamente mentido em determinada circunstância e é considerado educado e elegante em situações sociais onde impera a trivialidade cortês, geralmente falsa e portanto mentirosa?

A fina educação elaborada nas cortes europeias do século XIX e adotada na diplomacia internacional foi disseminada nos meios políticos e sociais das repúblicas de hoje e tem muito a ver com a origem da tal mentirinha do bem.

É politicamente correto elogiar seu interlocutor goste você dele ou não. Afinal alguma coisa de bom esse ser deve ter. Qual a vantagem? A vantagem dessa polidez é que você, no mínimo, não desperta no interlocutor alguma ira, despeito ou inveja contra sua pessoa ou contra suas iniciativas e ideias.

Se você desejar fazer uma crítica a seu interlocutor ou contradizer alguma afirmação dele é de boa educação que você primeiro encontre um mínimo de concordância para enaltecê-lo para então apresentar sua crítica preferencialmente de forma indireta ou na forma de uma pergunta que promova o diálogo ao apresentar outro ponto de vista não necessariamente contraditório.

Assim procedendo, se a conversa não progredir ou se seu interlocutor se mostrar desconfortável é melhor você convida-lo para voltar a falar do tema em outra ocasião regada a um drinque, almoço ou jantar. Claro está que o tema nunca voltará à baila nem o convite para o drink, almoço ou jantar se realizará. Aí está outro bom exemplo da mentirinha do bem. A pessoa se sente considerada, só que não.

A questão da verdade ou mentira é no mínimo circunstancial. Certamente você já teceu algum elogio a alguém com o objetivo fazer jus ao esforço dessa pessoa em parecer bem (vestida, cuidada, apessoada, bonita, culta etc.). Nesta situação você considera que foi polido, social ou simplesmente mentiu numa boa só para afagar o ego de alguém de muito mau gosto. Aquela tal mentirinha do bem...

A mentirinha do bem talvez tenha sua origem nas experiências de Pavlov. Fez algo esperado ou desejável? Então tome lá um estímulo positivo. Acha que não? As crianças aprendem rapidamente a mentir quando observam algum coleguinha se ferrar por dizer a verdade e; além de tomar uma repreensão do adulto levam ainda uma solene gozação dos colegas. É o meu caso? Lamentavelmente é o de todos nós.

Nós humanos enquanto crianças aprendemos a observar. Logo aprendemos a proceder de forma semelhante a alguém que mentiu e se deu bem. Então cuidado com os atos incorretos cometidos na frente de crianças e adolescentes. E se tiver que repreender alguma criança ou adulto, que o faça de forma reservada.

Há, porém os sociopatas em seus diversos graus. São aqueles mentirosos mordazes que desejam não apenas seduzir os interlocutores, mas manipulá-los com suas mentiras visando obter vantagens. Estes se acham tão superiores aos outros que simplesmente subestimam a inteligência alheia e mentem muito acima do aceitável difamando alguém ou lançando suspeitas infundadas ou no mínimo fundamentadas apenas na sua distorcida realidade. A política sempre foi terreno promissor a essa espécie. Mas isso você bem sabe.

A questão da mentira é um problema tão universal que foi alvo de estudos sociais, psicológicos e mais recentemente está sendo analisado pela neurociência através de termo imagens do cérebro e da face.

Partindo do princípio que uma criança é preponderantemente verdadeira, Kang Lee realizou um estudo com crianças e demonstra constatações interessantes.

Aproveite.

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