É notório que desde o lançamento dos aplicativos de redes sociais - Orkut, Tweeter, Facebook, Pinterest, Whatsapp, etc - as pessoas gradativamente foram abandonando outras formas de socialização como, por exemplo, o e-mail, o SMS (torpedo) e até mesmo o telefone. Não faz nem sentido citar as cartas escritas de próprio punho, tão utilizada pela minha saudosa avó.
A mudança de hábitos nos últimos 10 anos foi muito rápida e teve dois fatores preponderantes.
O primeiro foi a popularização do smartphone a partir de 2007 quando a Apple lançou seu primeiro Iphone com câmara fotográfica e alguns aplicativos. O smartphone passou a reunir em um só aparelho a calculadora, o calendário, o álbum fotográfico, o iPod, o rádio portátil, o game play, a televisão, o guia de ruas, o jornal; tudo graças ao acesso à internet incluindo o e-mail e finalmente as redes sociais.
O segundo fator foi o econômico, pois o acesso a Internet foi promovido pelos planos de telefonia que tornaram uma ligação telefônica cara contrastando com o preço do SMS ou uma postagem na rede social, praticamente gratuito.
A moda pegou de uma maneira nunca vista a partir do momento em que as pessoas descobriram que era barato se comunicar por escrito nas redes e que as mesmas funcionavam como um megafone proporcionado a oportunidade de se manifestar com muitos de uma só vez e permitindo inclusive a participação daqueles que gostam de opinar ou dar seu parecer ou apenas sinalizando que viu, leu e gostou.
Entretanto, ocorre que desde que o ser humano se socializou as mentiras (ou falsas notícias) foram imediatamente introduzidas no cotidiano. Já escrevi sobre esse tema (ler aqui).
A mentira faz parte da natureza humana, como faz parte do reino animal e visa à sobrevivência. Mas também é usada para ludibriar, enganar e persuadir os crédulos e ingênuos.
Então por que estamos nos surpreendendo com o tema Fake News? Porquê a internet em conjunção com as redes sociais permitem que uma notícia (verdadeira ou falsa) seja instantaneamente espalhada e replicada pelo mundo inteiro traduzida pelos jornais locais ou mesmo pelos mecanismos automáticos de tradução já disponíveis nos navegadores.
O fenômeno das Fake News se tornou tão assombroso e nocivo que vários governos passaram a adotar sansões a alguns poderosos como Google e Facebook, exigindo a retirada de postagens difamatórias e exigindo informar a origem (quase sempre negada).
A pressão é tanta que o próprio Facebook e Google estudam criar algum algoritmo de que identifique uma provável Fake News para sinalizá-la como duvidosa além de investigar e excluir perfis falsos das plataformas.
No ano passado os casos mais significativos foram a suposta influência das Fake News nas eleições dos Estados Unidos e na votação do BREXIT na Inglaterra. A repercussão foi tão grande que repórteres investigativos iniciaram uma colaboração global para identificar a fonte dessas Fake News e entender o porquê delas.
Depois de cogitar inúmeras fontes prováveis, inúmeras teorias conspiratórias, eis que chegaram à origem.
No próximo ano teremos eleições no Brasil e isso certamente trará uma enxurrada de Fakes News ao nosso dia-a-dia. Precisamos nos precaver.
Acontece que grande parte das pessoas usam as redes virtuais para tudo desde a divulgação de uma foto fofinha do cãozinho até sua indignação com alguma suposta notícia escandalosa.
E o número de cliques em determinada página/site gera trânsito na internet. Se gerar trânsito (visitas) mais pessoas serão bombardeadas com ads (publicidades pagas) pelos motores de busca como Google, Bing etc.
Conclusão dá dinheiro!
Veja a reportagem tão bem elaborada pelo Globo News para compreender tudo isso e aprender a conviver com a nova imoralidade.
Leia também a reportagem abaixo da BBC Brasil que realizou intensa pesquisa para identificar a ação de perfis falsos no Brasil a partir de 2012.
Valeu para você? Pode compartilhar se quiser. Não é Fake.