China, precisamos conhecê-la!
- Arnaldo dos Reis Santos
- 29 de dez. de 2017
- 15 min de leitura
Eu e toda minha geração (nascidos na década de 50) aprendemos a ignorar este país por causa de sua ideologia comunista. O mesmo aconteceu em relação à União Soviética (que não mais existente).
Questões ideológicas à parte, o fato é que a China se tornou em apenas 30 anos a segunda potência econômica mundial e poderá se tornar a primeira na próxima década - considerando o PIB. Então, nenhuma nação do mundo atual pode continuar ignorando a China, sob risco de perder o bonde da história e se tornar mais pobre em relação às outras nações.
E o que isso afeta a nós, meros tupiniquins? Ocorre que a partir da primeira década deste século, a China passou a ser o maior parceiro comercial do Brasil. Sim meus caros leitores. Sem qualquer alarde, a China passou a responder rapidamente por 30% das nossas exportações.
Se na primeira década deste século, vivemos um boom de crescimento econômico, devemos isso em grande parte ao comércio estabelecido com a China. O segundo maior parceiro passou a ser, pasmem: a Argentina! Então parem de hostilizá-los por causa de rixa futebolística.
A China é um voraz consumidor de nossos minérios e de nossos produtos agroindustriais principalmente soja e carne. Se nós brasileiros almejamos um lugar no seleto grupo de países economicamente mais desenvolvidos, precisamos (e devemos) conhecer profundamente este país.
Não há como continuar ignorando a China pela simples ideologia até porque talvez, já não seja tão comunista assim como foi na época de Mao Tsé Tung. Mao o quê? Talvez nós tupiniquins nem saibamos direito quem foi Mao.
No passado (me refiro à segunda metade do século XX) os Estados Unidos respondiam por cerca de 40% das nossas exportações. Percentualmente isso pode nos arregalar os olhos, mas se considerarmos o montante em dólares e também nossa posição no ranking das economias mundiais, talvez não nos impressionemos tanto. A partir do momento em que a China passou a comprar nossas comodities, os EUA passaram a responder por apenas com 10% das nossas exportações.
Quando digo: precisamos conhecer a China, quero dizer que precisamos conhecer sua história, seus ciclos econômicos, sua cultura, sua arte, suas religiões, suas invenções e suas ambições. Somente assim poderemos quebrar estigmas e preconceitos criados quando a China era comunista.
Apenas para incitar sua curiosidade e evidenciar nosso desconhecimento sobre os chineses decidi compartilhar alguns fatos que só recentemente tive conhecimento. Considere que sempre gostei de história, mas as enciclopédias de meu tempo não mostravam muito a China. Então, vamos lá.
- você sabia que os chineses inventaram o primeiro sismógrafo, a primeira bússola?
A pólvora você já sabia, mas você sabia que a seda e sua fabricação na forma de tecido era um segredo estrategicamente guardado sob-risco de morte a quem ousasse falar sobre o processo de fabricação? Uma forma curiosa de proteger uma patente, não? Mas eles tinham suas razões para serem tão rigorosos. Além de ser um produto especialíssimo, capaz de ser fresco no verão e aquecer no frio a seda era apreciada pelos afrescos e cores vibrantes que o tecido e know-how chinês permitiam criar.
- você sabia que a besta, arma famosa na Europa da Idade Média, foi invenção chinesa?
Mais: eles inventaram a besta de repetição, que permitia a qualquer camponês lutar em pé de igualdade com os terríveis arqueiros mongóis montados em cavalos.
- você sabia que eles inventaram a pipa?
Pois é: essa pequena e interessante invenção, hoje brincadeira de criança, tinha motivação militar assim como ocorre hoje em dia com os drones e imagens de satélite. Eles mediam a distancia dos inimigos pelo comprimento da linha...
Possivelmente você já ouviu falar que os chineses inventaram o papel e a imprensa. Ué não foram os egípcios e Gutemberg respectivamente? Não vamos confundir papiro com papel, ok?
Quando tomei conhecimento desses e outros fatos, decidi pesquisar sobre essa cultura milenar e compartilhar com meus concidadãos tupiniquins por uma razão muito simples. Nosso futuro enquanto nação depende de nossa consciência sobre o mundo atual.
Fiz uma coletânea de informações em vídeo, dada a quantidade e velocidade de transmissão de ideias que estes permitem obter e retransmitir. Legendei os vídeos que não tinham versões em Português ou Espanhol. Depois, selecionei os melhores, verifiquei suas fontes e confirmei as informações.
Aproveite e compartilhe. Acesse os vídeos / temas através dos links a seguir. O texto que os precede dão uma ideia do porquê foram selecionados.
China, o Império antes da guerra do ópio.
Para conhecer um povo e sua cultura, a primeira coisa a fazer é sem dúvida conhecer sua história. E nesse ponto, haja história. A China já estava lá antes de Jesus nascer.
Observe a evolução territorial através dos tempos pela imagem animada disponível na Wick.
Acompanhe a história da China enquanto Império.
China, O Império antes da Guerra do Ópio (24'15'') - em Português
China, pós-guerras do ópio
Século XVI. A Inglaterra “derrotou” a Espanha. Entre aspas, pois a Espanha perdeu mais pela presunção do rei Filipe II – o qual depositava exacerbada confiança em sua invencível armada. Na época Filipe II quis invadir a Inglaterra. Deu-se mal, pois uma tempestade arrasou grande parte sua armada antes mesmo de entrar em batalha.
A Inglaterra viu então a oportunidade de preencher o vazio deixado e se lançou aos territórios espanhóis desde a América até a China.
A China perdeu territórios para a Inglaterra durante a primeira e segunda guerra do ópio.
Assim permaneceu até o século XX, quando Hong Kong (1997) e Macau (1999) foram devolvidas à China, porém com uma ressalva marcada por um lema: um país dois sistemas. Sim, Hong Kong permanece até hoje como região autônoma em sua administração, embora esteja reincorporada à China.
Esse período da China pode ser interpretado através da história de Hong Kong.
China, a História de Hong Kong (5'26'') assista com Legendas em Português e em tela cheia.

China, no período comunista
No final do século XVIII, a Coréia e Taiwan pertenciam à China, mas ambos os territórios foram perdidos com a guerra sino-japonesa (1894-1895) quando Taiwan foi cedida ao Japão e a Coréia obteve sua independência.
A primeira guerra mundial irrompe em 1918 na Europa. Nem bem terminada recomeça como segunda guerra mundial. A Inglaterra, potência de hegemonia naval mundial, se vê vulnerável diante de uma Alemanha renascida e reequipada com moderno arsenal terrestre, aéreo e naval. Por pouco a Inglaterra não sucumbe junto com toda a Europa.
Durante a segunda guerra, a Inglaterra teve que concentrar sua força bélica na Europa dando chance ao crescimento do Império Japonês que invadiu e dominou uma vasta extensão dos territórios chineses (especialmente a Manchúria inicialmente por coalisão).
Durante a segunda guerra, o império japonês também invadiu a Indochina e outros países (ou reinos como preferirem).
Nessa época, desde 1912 a China se tornara uma república sob o comando do Kuomintang de Chiang Kai-Shek. Mas o povo camponês se rebelou sob a liderança de Mao e lutou conra o Kuomintang e também contra o domínio japonês até sua expulsão em 1945 (com a rendição incondicional do Japão aos aliados).
Mao continuou a lutar contra o Kuomintang até a vitória comunista em 1949, quando o Kuomintang se refugiou em Taiwan fundando a República da China (RC). Mao Tsé-Tung funda a República Popular da China.
Vale a pena acompanhar esse breve período. Digo breve pela relatividade do período quando comparado com a longa história da China. O que são 50 / 60 anos comparados com milênios?
China no período Comunista e a abertura (18'04'') assista com Legendas em Português e em tela cheia.

China, pós-tigres asiáticos
Terminada a segunda guerra, várias regiões se tornaram países como os conhecemos hoje. Outros nem são mais como foram desenhados no pós-guerra. Esses países foram criados sob a tutela da França, Inglaterra e Estados Unidos, vencedores do ocidente. Por sua vez, surge a União Soviética também comunista aglutinando inúmeros países. Faço esses comentários superficialmente apenas para contextualizar o mundo daquela época.
Os EUA saídos da segunda guerra cheios de dinheiro e poder lançaram o plano Marshal com o objetivo de reconstruir os países derrotados e arrasados com a guerra. A Alemanha e o Japão receberam a ajuda americana para se reerguer economicamente. E souberam aproveitar a oportunidade.
Com a ajuda americana, o Japão alcançou o segundo posto na economia global nos mesmos 30 anos que a China o fez recentemente.
Tendo o Japão alcançado elevado padrão de vida, os Estados Unidos decidiram apoiar outros países da região com mão-de-obra barata. Surgiram então no cenário mundial os pequenos países asiáticos, conhecidos como Tigres Asiáticos. Desta forma os EUA conseguiu conter o crescimento econômico relativo do Japão na região e no mundo.
Por que falo dos tigres asiáticos? Porque a China foi convidada pelos EUA a ser um deles e eis que faz sentido conhecer um pouco mais desse contexto.
Uma vez aceito o convite dos Estados Unidos, a China Continental passou a crescer. Isso aconteceu a partir de 1.978 com a morte de Mao e mais fortemente a partir do início da década de 90. Em apenas 30 anos, a China saiu do 11º lugar no ranking mundial para superar todas as economias europeias e também o Japão.
Mas por que os EUA fizeram esse convite à China? Simples: para acabar com a União Soviética. Todos os países desse bloco antes comunistas já não o são tanto assim. Viraram regimes capitalistas, democráticos ou autoritários.
China, pós-tigres asiáticos (5'15'') - em Português.
China uma visão econômica atual
Antes de tudo quem são os chamados Tigres Asiáticos. Inicialmente eram quatro países que estabeleceram acordos com os EUA tanto de proteção militar como de desenvolvimento econômico: Hong Kong, Singapura, Coréia do Sul e República da China (Taiwan).
Depois vieram os Novos Tigres constituídos por Filipinas, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã. Essas economias seguiram o ciclo experimentado pelos quatro primeiros tigres agora chamados de Velhos Tigres ou Dragões Asiáticos.
Os Novos Tigres optaram por dar isenção fiscal (diminuição de impostos) para que multinacionais se instalassem em seus territórios. Numa direção puramente neoliberal, flexibilizaram as leis trabalhistas e ambientais, além de forçar a massa salarial para que permanecesse extremamente baixa, dando espaço para uma maior lucratividade para as empresas
A China Popular (ou continental) foi o último país a entrar nessa política comandada pelos EUA. Hoje já superou os EUA no comércio mundial e todas as projeções apontam que irão superar o PIB dos EUA na próxima década. Portanto é também importante ter uma ideia de quem é a China hoje do ponto de vista econômico e cultural para entendermos as mudanças que estão acontecendo e que certamente virão, pois diferentemente do Japão e tigres asiáticos (mapa) a China é uma potência nuclear, tem sua própria força militar e tem poder de veto no Conselho de segurança da ONU.
China, uma visão econômica atual (37'43'') - em Português.
China e os BRICS
Se no século XX o Brasil e muitos outros países orbitaram os EUA dada sua hegemonia econômica e militar. Hoje, a China está caminhando para tecer sua rede de influência econômica fazendo algo parecido com que os EUA fizeram após a segunda guerra, ou seja: financiando outros países direta ou indiretamente e se tornando o maior parceiro comercial para 170 países enquanto que os EUA ocupam essa deferência em 70 países.
A China também financia blocos de países através da criação de bancos regionais em frontal oposição ao Banco Mundial e Fundo Monetário de Investimento, porém sem abandoná-los. É o caso do NBD também conhecido como banco dos BRICS e AIIB Asian Infrastructure Investiment Bank.
Outra estratégia é a criação de acordos em blocos de países com características similares. É o caso de grupos formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, países chamados de emergentes. O surgimento dos BRICS (antes apenas BRIC) é o maior exemplo disso.
Observe o crescimento do PIB a partir de 2002, quando se intencificou o comércio entre os países e a China.
Os dados e previsões do video se baseiam no cenário de 2015. As coisas mudaram de 2015 a 2017 com Rússia e Brasil reduzindo seu PIB em 1/3 do que alcançaram em 2012.

China e os BRICS (2'27'') - em Português.
China, a potência do século XXI
Os chineses devem seu crescimento inicial ao comércio com os EUA. Pois é, os produtos produzidos pelas companhias que se instalaram nas zonas especiais não pagam imposto de importação nos EUA, assim como as empresas americanas que lá se instalaram não pagam imposto de exportação na China.
Mas isso se dá em função das Zonas de Desenvolvimento criadas na China, as quais permitiram regras de exceção para as empresas de capital estrangeiro.
Entretanto a ampliação da presença da China no comércio mundial se deveu ao sei ingresso na OIC (Organização Internacional do Comércio) que abriu as portas de mais de mais de cem países. O vídeo mostra o quão grande se tornou a China em vários aspectos a partir de uma coletânea de reportagens.
China, a potência do século XXI (8'20'') - em Português.
China, seus Megaprojetos
A China não pode mais ter seu crescimento dependente exclusivamente do mercado externo. Ela precisa desenvolver sua economia interna, seu consumo interno e para tanto é preciso desenvolver o mercado interno para seu próprio povo.
Após a segunda guerra, os EUA usaram o dinheiro extra e abundante para criar as rodovias interestaduais, as usinas nucleares, e a utilização maciça das águas do rio Colorado para transformar o oeste numa espécie de super-fazenda dos EUA.
A Florida evoluiu de área quase que deserta para a de maior produtora de laranjas, frutas, hortaliças, soja etc. Além disso, é o paraíso dos cassinos, do cinema, enfim do glamour que tanto encanta o mundo. E toda água das piscinas e fontes dos luxuosos hotéis vem do rio Colorado, que já não consegue desaguar no mar.
Bem, a China talvez não crie um polo de jogatina ou uma “Chinawood” imitando a Índia com sua Bollywood para preservar a sua cultura. Mas certamente se inspirou nos EUA para criar sua infraestrutura em uma versão de século XXI.
A China está implementando mega-projetos de infraestrutura, como super-cidades, supercanais, super-pontes, super-redes de trens de alta velocidade, super-fazendas eólicas, super-fazendas de energia solar e também super-hidrelétricas. Isso criou um ambiente de prosperidade e de pleno emprego reeditando os anos 50 dos EUA em uma dimensão totalmente distinta dado que a China detém hoje cerca de 20% da população mundial.
Videos da série China, e seus Megaprojetos do canal The Daily Conversation
Assista com legendas em Português e em tela cheia.

Jing-Jin-Ji - A megalópolis (2'43''): https://youtu.be/5b1xlnCaGmI
Jing-Jin-JI - a megalópolis
The world's largest airport (2'05''): https://youtu.be/pSPKXHcN3oQ
O maior aeroporto do mundo
The Hight Speed Rail Revolution (3'20''): https://youtu.be/AFpnf5IrM5g
A revolução dos trens de alta velovidade
China's amazing Water channel (2'08''): https://youtu.be/o2atf6s--w4
O incrível canal de água chinês
The Longest Underwater Tunnel (3'07''): https://youtu.be/WaxuyK4kcpM
O mais longo túnel subaquático
World's Largest Wind Farm (2'20''): https://youtu.be/RLHlswSuP7I
A maior fazenda eólicado undo
China's Nuclear Boom (3'29''): https://youtu.be/YKVirIsNt5Q
O boom nuclear chinês
Dueling Mega Bridges (3'12''): https://youtu.be/6OB2X0S-wZI
Duelo entre mega pontes
China's New Silk Road (11'17''): https://youtu.be/RJCkpOkuph4
A nova rota da seda Chinesa
China, a disputa de hegemonia com os EUA.
A China crescendo a passos largos em direção ao pódio do PIB mundial passou de mero porão de produção dos Estados Unidos (Europa também) e reivindica sua posição gloriosa que tinha antes da guerra do ópio. Mas os EUA não desejam perder o posto de líder global. Então o óbvio acontece: uma disputa diplomática, econômica e tecnológica. Não vou entrar no polemico tema bélico para não insuflar os ânimos de ninguém.
Acredito que o mundo não ganhe nada com uma nova guerra fria. Deus nos livre. Mas penso que seria importante ter essa visão assim como outros já apontaram através de ponderações e comparações.
Estamos vivendo num mundo em ebulição. No início do século passado, os EUA convenceram o mundo de que sua moeda era confiável e que poderia substituir o ouro como padrão monetário. Isso aconteceu e sustentou o crescimento e apogeu dos EUA.
Porém, isso está sendo questionado hoje e os países aprenderam a diversificar suas reservas em títulos e moedas de outras nações como o Euro. Entretanto o colapso do dólar não é benéfico a nenhum país. Mas há movimentos no sentido preventivo.
A União Européia criou sua própria moeda além do seu próprio Banco Central. Os BRICS criaram um banco próprio para financiar projetos comuns. Surgem moedas virtuais como Bitcoin, e um novo processo de compensação virtual batizado de Blockchain.
Os EUA começam a querer sua produção de volta. Veja mais sobre a questão no meu Post Made in America.
China, a disputa de hegemonia com os EUA (2'48'') - em Português
A China e a Internet
Há um tema bastante atual não só para o Brasil como para o mundo todo. O tema é a Internet e o controle das informações e dados que por ela circulam através de protocolos públicos, privados, controlados ou não pelas nações. Muitos países estabeleceram restrições a conteúdos e a empresas de redes sociais. O objetivo é o de criar controles nos meios de comunicação a fim de resguardar suas soberanias e regimes.
Mas em alguns países há também o objetivo de restringir o acesso a informações, a tal censura. As últimas notícias globais explicitam isso. O Wikleaks é algo ameaçador para alguns países só que não, pois denunciam atividades escusas de alguns governos, organizações e empresas. As redes sociais estão na mira da sociedade global por causa das falsas notícias causadoras de desordem, ódio e até influência nos resultados eleitorais minando o conceito da democracia, já tão frágil.
A comunidade mundial já não se sente confortável tendo a Internet sob o controle de uma única nação. Criaram-se então preceitos para a Internet. Independente de ser um indivíduo ou organização, você não terá preferencia de acesso e tráfego. Só que não. A preferência ou serviço depende sim do quanto você paga ao seu provedor, que por sua vez, depende da quantidade de Mb que você ou a empresa movimenta na rede.
Segurança? Há a criptografia, mas há também seres humanos que dedicam sua inteligência e conhecimento a burlar a confidencialidade de empresas, governos e indivíduos, como sempre existiu na época dos correios e mensageiros reais do século XIX cujos documentos tinham o tal do selo real - um carimbo feito de cera tão ilustrado nos filmes antigos.
Muitos países já criaram sistemas que visam a blindar as comunicações governamentais, empresariais e individuais através de seus próprios servidores. A China é um deles, onde sites são bloqueados. Por outro lado há também o pensamento de tornar o controle da Web global.
Enquanto isso não acontece, a China já cogita ter sua própria Internet.
China, e a Internet (3'05'') - assista com Legendas em Português e em tela cheia.

China, sua população, etnias, religiões e cultura
Estou chegando ao fim de minha pesquisa sobre a China, mas antes de encerrá-la, é preciso tocar em um tema fundamental. Como é a China na questão da religião? Pois é bom saber para entender esse povo. Afinal as ações de um indivíduo dependem muito de sua crença e, portanto de sua religião.
Ao contrário do que poderíamos imaginar a China não segue uma única religião assim como não é composta de uma única cultura, mas sim de múltiplas religiões e etnias. Na China há católicos, muçulmanos, budistas e muito mais. Então vamos lá.
China, sua populacão, etnias, religiões e cultura (1'56'') - em Português
China, suas antigas invenções
Todo mundo sabe de algumas das invenções mais famosas da China. Entretanto há algumas antigas invenções atribuídas aos chineses que simplesmente surpreendem.
Creio que as mais famosas são: a pólvora, o macarrão e a bússola. Mas há mais e vale a pena conhecer. Afinal, conhecer um povo é também conhecer seu passado.
China, suas antigas invenções (25'07'') em Português
China, sua educação
Para encerrar essa postagem creio que há ainda um tema de fundamental importância: a educação na China.
Afinal, lá há mais engenheiros que cidadãos no Brasil. Qualquer coisa lá é no mínimo dez vezes maior que aqui.
Então a educação (se preferir chamar de formação de mão-de-obra, tudo bem) é um tema fundamental para qualquer nação, especialmente a nossa tão defasada.
Tenho acompanhado as reformas de ensino em países como Portugal, Finlândia, Inglaterra e Estados Unidos. O que predomina é a obsolescência do sistema criado pela Inglaterra no século XVIII e perpetuado até o fim do século XX, qual seja; o de um professor ou um especialista transmitindo seu conhecimento adquirido para novas gerações nem sempre interessadas em aprender.
Mas agora, graças à Internet e inúmeros sistemas de difusão e disseminação do conhecimento, graças a novas e incríveis aplicativos de autoria de conteúdos; qualquer um pode posar de professor, instrutor, conteudista, ou seja lá o nome que queira dar.
Algumas pessoas com diplomas na cabeça criticam, mas eu (pessoalmente um eterno pragmático) confesso que aprendi muitas vezes e muito mais com pessoas práticas que com alguns acadêmicos.
O que a China está fazendo no seu sistema educacional? Primeiro há que se considerar o sistema educacional central que difere do sistema educacional das cidades de administração independente como Hong Kong.
Parece uma desvantagem? Acho que não, pois na seleção natural irá prevalecer o melhor.
Uma das curiosidades sobre a cultura chinesa reside no seu orgulho em copiar. Existe uma cidade inteira que se dedica a reproduzir em série pinturas de artistas famosos do mundo todo especialmente da Europa. Mas isso não se restringe a arte somente. Muitos produtos industriais que passaram a ser produzidos com mão-de-obra local passaram a ser reproduzidos fielmente em fábricas chinesas e exportadas como se fossem originais.
A capacidade de copiar é considerada uma das muitas qualidades buscadas pelos chineses.
O ocidental criou o sistema de patentes para tentar evitar esse tipo de prática. Mas a China não considera isso em sua cultura. E quando nos lembramos dos inúmeros inventos chineses copiados pelos ocidentais, sem pagamento de licenças, podemos compreender esse não cumprimento...
China, sua educação (7'08'') - em Português
Ilha de Formosa ou Taiwan
Bem, não toquei no tema de Formosa. Sim Formosa era o nome de Taiwan na época do domínio europeu. Formosa já ficou sob o domínio dos chineses, holandeses, espanhóis e japoneses.
Quando Mao expulsou os japoneses do território chinês, os nacionalistas se refugiaram na ilha de Formosa (ou foram exilados na ilha, se preferir assim entender). Taiwan se constituiu então como uma nação reconhecida dentre as Nações Unidas sob o nome de República da China (RC).
Enquanto os países do bloco comunista reconheceram a República Popular da China já em 1949, muitos países continuaram a reconhecer a República da China (RC) como governo legítimo de toda a China até os anos 1970. Isto permitiu à governança do Kuomintang manter o assento correspondente à China nas Nações Unidas até 1971.
Durante este tempo, a República da China (RC) negou-se a permitir qualquer tipo de acesso às Nações Unidas tanto da República Popular da China como da República Popular da Mongólia. Esta última considerada também território chinês pela constituição de 1947.
No dia 23 de novembro de 1971, o assento correspondente à China nas Nações Unidas passou a ser ocupado pela República Popular da China. Confuso não?
Taiwan se tornou um dos tigres asiáticos conforme já comentado.
Muito ainda está por acontecer e não sabemos exatamente o quê, nem podemos prever, mas o fato é que a China retoma a posição que tinha no mundo do século XVI / XVII /XVIII.
Espero que tenha gostado.
Veja mais sobre a China e sua cultura recente no meu primeiro Post China, a serpente.
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