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Agro é top. Parece barriga de aluguel

  • Foto do escritor: Arnaldo dos Reis Santos
    Arnaldo dos Reis Santos
  • 19 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2022


O título soa como comparar laranjas com bananas, traduzindo literalmente um dito argentino para expressar que uma coisa tem nada a ver com a outra.


O termo barriga de aluguel se popularizou há alguns poucos anos quando casais ricos descobriram a possibilidade de fertilização in vitro e a gestação em outra mulher que não a doadora do óvulo.


Isto posto vamos entender o porquê da comparação com o agro brasileiro. Historicamente, o Brasil se caracterizou por plantar aquilo que os europeus precisam (ou almejam). Foi assim com a cana-de-açúcar, com o café, com o cacau, com a banana e mais recentemente com a soja e coma proteína da carne de boi.


Você já parou para pensar, para analisar a cabeça do latifundiário brasileiro? Pois é, se pesquisar, se estudar história, se viajar pelo país verá que o latifundiário não quer investir seu dinheirinho no árduo e arriscado negócio de arar, plantar, irrigar, combater pragas, colher, estocar e vender quando o preço estiver favorável.


Muito arriscado. Melhor arrendar as terras para alguém que entende disso. Quem? Ora bolas, o europeu que afinal é quem quer os produtos agrícolas em quantidade e qualidade. E com uma produtividade excepcional graças ao clima tropical e às terras férteis.

Endoidei. Li muita teoria da conspiração ou seria o vírus da gripe e seu efeito colateral. Pior é que não. Nem gripe peguei. Seria efeito colateral da vacina?


Houve no século passado uma crise mundial no abastecimento de papel. O mundo precisava de celulose para fabricar papel. Na Alemanha uma árvore demorava 15 anos para poder ser abatida e transformada em papel. Eles então recorreram ao Brasil, que achou maravilhosa a ideia de plantar eucaliptos. Afinal aqui um eucalipto pedia apenas 5 anos em terra arenosa (infértil) para produzir a almejada celulose.


Muitas fazendas foram transformadas em monocultura de eucaliptos em São Paulo, Espírito Santo Rio de Janeiro, Minas e Paraná. Era quase tão bom como criar gado. Era só plantar as mudinhas a certa distância, em fila e esperar os tais 5 anos para vender a produção para as fábricas nacionais e estrangeiras. O Japão chegou a trazer para a Amazônia uma fábrica inteirinha flutuante.


Mas isso é passado. Inventaram o computador e hoje quase tudo é eletrônico. O que fazer então com as plantações de eucalipto? Aglomerado é a resposta. Quase todo móvel hoje é feito com aglomerado de madeira. Houve uma transição quando a madeira compensada reinava. Era uma técnica de serrar finas camadas de madeira e colá-las em camadas sob pressão. Era uma técnica que fornecia “pranchas” planas para a indústria de móveis.


Hoje o compensado deu lugar ao aglomerado conhecido como MDF. Você deve ter um móvel feito em MDF. Mas o que é MDF? Aqui vai: MDF – Medium Density Fiberboard ou Fibras de Média Densidade. Há também o MDP: MDP – Medium Density Particleboard ou Partículas de Média densidade.


Você já parou para pensar que no final do século passado, nós nem sabíamos o que era mamão papaia? Hoje se você for à feira, certamente terá dificuldade de encontrar e comprar aquele mamão de antigamente, agora conhecido como mamão formosa.

Você acha que foram os latifundiários, os agricultores brasileiros ou a embrapa que desenvolveu o tal mamão papaya? Sorry baby. Eles apenas alugaram suas terras. A tecnologia é estrangeira. Não somos uma república das bananas...


Somos uma república das monoculturas. Vale a pena para a Europa vir plantar aqui. Como dizia um célebre português: em se plantando tudo dá.


Houve uma época em que os cafezais se transformaram em Laranjais e ainda o são no centro norte do estado de São Paulo. Quando o Mac Donald's veio ao Brasil, precisava de alface e batatas. A cooperativa agrícola de Cotia se entusiasmou com a ideia e pagou caro pela ilusão de bom negócio. Faliu.


No século passado eu comia abacate a preço de banana, quando ele era colhido como fruto alternativo. Hoje em dia você e eu pagamos caríssimo porque o abacate é plantado em larga escala para exportação, assim como a manga.


Se você tiver curiosidade pesquise sobre o açaí, sobre o palmito pupunha, sobre a castanha de caju, sobre o castanha do Pará, sobre as uvas da Bahia, sobre o tomate Carmen, o tomate cereja.


Por tudo isso ousei chamar de barriga de aluguel. O latifúndio brasileiro aluga seu ventre para o estrangeiro plantar o que deseja ter em sua mesa.


Você brasileiro nem verá o fruto a preço de Euro.


O vídeo produzido pela equipe do Greg News aborda o tema Terra de forma brilhante como todos os temas.


Vale a pena assistir e perceber que estamos matando nosso futuro. Mas agro é top...



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