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Bernays e a Construção do Consentimento


Quem trabalhou na área de Propaganda e Marketing ou Relações Públicas, certamente já teve contato com o nome de Edward Bernays. Edward Louis Bernays nasceu em Viena no ano de 1.891 e viveu até 1.995 tendo migrado para os Estados Unidos.


Bernays é sem dúvida um pioneiro nas Relações Públicas e Propaganda sendo considerado o pai das Relações Públicas. Ele combinou as ideias de Gustave Le Bon e Wilfred Trotter com as ideias psicológicas de Sigmund Freud, seu tio.


Bernays se baseava em seu próprio princípio no qual as pessoas são irracionais e, portanto, suas decisões e ações podem ser manipuladas facilmente. Bernays aplicava essa premissa na construção da propaganda.


Por seu trabalho, Bernays foi citado pela revista Times como um dos 100 americanos mais influentes do século XX. Há muitos documentários sobre seus feitos na propaganda voltada para as massas através dos meios de comunicação bem como no protagonismo desses meios nas mudanças de paradigmas sociais e principalmente no convencimento dos americanos.


Bernays defendia a manipulação de massas e indivíduos e dessa forma ajudou a popularizar nos Estados Unidos da América as atividades que vieram a ser denominadas como Relações Públicas.


"A manipulação inteligente de hábitos e opiniões das massas é um elemento importante na sociedade e na democracia." - Edward Bernays

Sua frase é muito clara e nos permite entender muita coisa que vemos acontecer na política doméstica bem como nas relações internacionais.


O primeiro cliente de Bernays foi a Corporação de Tabaco Americana. Contratado para ampliar o consumo de cigarros nos EUA, Bernays percebeu que se buscasse uma forma de associá-lo ao poder masculino e aos desejos inconscientes das mulheres de derrubá-lo, o cigarro seria mais atrativo para o público feminino podendo duplicar o consumo de cigarros numa época em que somente prostitutas fumavam.


O vídeo da Eudaimonia conta como isso aconteceu e como a experiência social foi desenvolvida a partir do desejo de aumentar as vendas do cigarro. O vídeo narra outras intervenções bem sucedidas como a adição de flúor na água, o desjejum americano e a intervenção em Honduras. Ative a Legenda e a Tradução Automática.


O Presidente Roosevelt passou a exigir o uso de técnicas de Relações Públicas em seu governo após a primeira guerra mundial. Nesse cenário, órgãos especializados e associações nacionais surgiram nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Itália e no Brasil culminando no I Congresso Internacional de Relações Públicas em 1954, o que consolidou a atividade profissional e seu campo científico.


Há anos, um gerente de Marketing proferiu uma frase contundente no meio de uma conversa comigo: se você não consegue esclarecer, confunda. Ele se referia ao convencimento do cliente sobre a compra de seu produto.


Essa frase ficou martelando na minha cabeça, pois nunca consegui concordar com o preceito nela contido. Hoje entendo melhor meu gerente e conclui que ele se baseara no modo de pensar dos propagandistas da época da segunda guerra.


Hoje sei que influenciar uma pessoa é uma coisa; influenciar um grupo pequeno de pessoas é outra coisa e influenciar uma nação ou várias nações, várias culturas diferentes são coisas totalmente dispares.


Podemos definir essa arte como: a habilidade de convencer uma pessoa a fazer algo que desejamos que ela faça sem que ela sequer tenha total conhecimento das consequências que enfrentará ao fazer.


Organizações religiosas, partidos políticos e governantes sabem disso e se utilizam de técnicas que consideraríamos como éticas ou antiéticas. Tudo depende de que lado estivermos e naturalmente das nossas convicções morais.


A arte do convencimento é milenar e remonta a antiguidade. Os filósofos gregos se dedicaram a estudar o fenômeno concluindo por coexistirem três estratégias de convencimento conforme explica o vídeo do TedEd.

Ative a Legenda e a Tradução Automática.


A propaganda somente foi possível pelo surgimento do rádio. A radiodifusão foi usada intensamente em combinação com a imprensa na forma de jornais e revistas. Ambas as mídias foram usadas para fins pacíficos, mas também para fins bélicos como no período da segunda grande guerra em especial pelo nazismo e fascismo.


Os aliados assim como os regimes da União Soviética e China também fizeram uso intenso da propaganda através do rádio e da mídia impressa. O vídeo do ch1201 ilustra o surgimento do fenômeno nazista fazendo uso da propaganda. Ative a Legenda e a Tradução Automática.


Se o tema lhe agradou, vale a pena assistir O Século do Ego, uma série documental da BBC, produzida em 2002 retrata a família de Sigmund Freud, incluindo Edward Bernays. Mostra Bernays empregando as técnicas psicológicas do tio nas relações públicas.



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Conclusão: Nós podemos ter sido manipulados e podemos estar sendo manipulados sem nos darmos conta disso.

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