Na década de 80, o governo militar criou uma minirreforma agrária. Sim, o governo loteou terras devolutas no estado de Mato Grosso para quem quisesse criar fazendas do zero, ou seja: seguir o processo exploratório tradicional que consiste em serrar as árvores nobres e vende-las.
Numa segunda etapa, fazer queimadas sob controle, plantar gramíneas, povoar com rebanhos (de engorda e procriação) e depois de uns anos, promover plantações de monocultura fazendo uso de arado, semeadura de alguma monocultura de grãos da moda de forma intensa e cíclica, fazendo uso de adubo PBK e agrotóxicos.
O tempo passou e pouco a pouco grandes oligopólios foram comprando as fazendas e a maioria das áreas virou latifúndio.
Já naquela época o governo militar aprendeu que plantar florestas de eucalipto para produção de celulose é uma agressão à natureza pois o eucalipto desumidifica o solo, tornando-o árido. A ausência árvores frutíferas numa grande área afugenta pássaros, pequenos animais e seus predadores.
Essa foi uma ideia imposta pelos países da Europa e Estados Unidos, ávidos consumidores de papel para as mais variadas finalidades. Através de multinacionais, essas empresas derrubaram as florestas nativas e plantaram eucalipto e pinus para obter respectivamente celulose e madeira para móveis.
Hoje temos um problema que já aconteceu no sertão nordestino pelo plantio de cana de açúcar intensivo; qual seja a desertificação, seca intercalada com chuvas excessivas.
No Rio Grande do Sul, essa prática de uso abusivo do solo provocou enorme assoreamento de rios e a chuva que aconteceu este ano no estado demonstra que deu ruim e vai dar nos 2 estados de Mato Grosso, e nos estados de Goiás Rondônia e Tocantins.
Mas há esperança como reporta o documentário da BBC.
Há alguns anos o brasileiro Sebastião Salgado, fotógrafo renomado internacionalmente, amante da natureza e, portanto, da forma de vida e cultura indígena realizou um experimento.
Ao herdar uma fazenda “careca” de seu pai no Estado de Minas Gerais - Brasil, se viu desafiado a reconstituir a natureza devastada. Após 20 anos de paciente expectativa e respeito à natureza, o resultado veio e o fez grato.
Durante esse período, ele registrou fotos de diversas naturezas ainda intocáveis pela “civilização” no Brasil, na África, na Indonésia dentre outras existências intocadas. Essa era afinal sua vocação. De sua iniciativa, fica a esperança de que mais e mais herdeiros busquem reverdecer as selvas outrora devastadas.
Recentemente, surgiu uma outra esperança, vinda da China, Egito e Arábia Saudita. Mas água é essencial e portanto, fazer renascer os olhos d’água e criar canais artificiais são ações imprescindíveis. Afinal, sem água não há vida!
Esperança, hope, esperanza!!!!!!
Comments