Fim da pandemia, as empresas retornam ao trabalho presencial, as escolas retornam às aulas, as famílias retornam às compras restaurantes e eventos.
Uma maravilha, exceto pela perda de habilidade social, de respeito, de tolerância e educação. Para aqueles que trabalham com RH, T&D (Treinamento e Desenvolvimento) e Educação, sabe que o ser humano precisa de adestramento. Sim, soa meio esquisito, mas nua e cruamente trata-se exatamente disso.
Quando criança, a escola adestra os alunos para que hajam de forma gentil com os coleguinhas, conversando, estimulando bons comportamentos e desestimulando ou maus comportamentos. No ambiente familiar idem. Os pais, tios, avós complementam e reforçam os bons comportamentos e demonstram desagrado com os maus comportamentos.
Por que toco neste assunto? Porque todos nós, pertencentes a várias gerações estamos saindo da clausura imposta pela pandemia e estamos sem treino social, estamos com os nervos à flor da pele.
Tenho observado nos noticiários os mais variados incidentes de intolerância desrespeito, impaciência e agressividade. Esse é o preço que pagamos pela pandemia combinada com carestia e desemprego. E para completar o cenário, assistimos as grandes potências se colocarem em rota de colisão e risco de guerra total.
Na semana passada, assisti a uma mulher destratar uma senhora que trabalha no caixa. Nem entendi o ocorrido. Mas um rapaz que estava atrás da cliente na mesma fila teceu algum comentário logo rebatido rispidamente pela mulher. Ela começou a gritar e o rapaz meteu-lhe um tapa no rosto. Ele defendia a senhora do caixa dizendo que podia ser a mãe da moça, que não havia razão alguma para a agressão etc. A mulher gritava pedindo pela presença da polícia e gritava com o rapaz, já refeito de sua ação intempestiva.
Esse é apenas um caso. Há marido agredindo fisicamente a companheira, há adolescentes brigando na escola por causa de disputa de namorado, e por aí segue.
Falando de desentendimentos, o ano de 2021 foi o ano recorde de separações e divórcio registrados nos cartórios. Nossa sociedade está enferma e precisa de tratamento.
Nunca o RH das empresas e organizações tiveram que lidar com tamanha ausência das habilidades que nos tornam civilizados e colaborativos uns com os outros e tolerantes.
Precisamos nos reeducar para retomar nossas vidas em sociedade. O RH das empresas, o corpo docente das escolas precisam desenvolver uma estratégia de volta, de acolhimento e retomada da sanidade perdida.
E para tanto os psicólogos e pedagogos tem conhecimento e prática que precisam de estratégia aplicada em comum acordo com os dirigentes e lideranças.
Eles aprenderam técnicas na forma de dinâmicas educacionais e/ou lúdicas. Eles conhecem vídeos de desenvolvimento de habilidades grupais e sociais, enfim eles são os profissionais que podem nos tirar dessa animosidade coletiva em que nos metemos.
Acredito que este deve ser o ingrediente fundamental para sairmos desse redemoinho que pode nos levar de volta à idade média.
Você pode estar se perguntando de onde tirei essa ideia. Acontece que recentemente assisti a um vídeo que me inspirou.
O vídeo mostra representantes de 3 gerações completamente dispares respondendo a algumas perguntas. O resultado é incrível e você pode desfrutar assistindo.
Outra fonte inspiradora veio de uma minissérie espanhola (legendada) disponível no NOW / Séries chamando: La outra mirada
Sem dar spoiler, trata-se de uma ambientação na sociedade espanhola no início do século XX em Sevilha onde o pano de fundo é uma escola para senhoritas. Nos capítulos você irá se transportar para dilemas e tabus que ainda persistem nos dias de hoje como mulher trabalhando, vestindo calças, lidando com o total desconhecimento sobre o sexo, o sentido de suas existências, os preconceitos raciais, bolsa de estudo para africanas pobres etc.
São 2 temporadas que você poderá curtir em https://www.nowonline.com.br/
1a TEMPORADA
2a TEMPORADA
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