top of page

Você está sendo enganado!

  • Foto do escritor: Arnaldo dos Reis Santos
    Arnaldo dos Reis Santos
  • 8 de fev.
  • 6 min de leitura


A arte do comercio é milenar. E o povo árabe e o povo hindu desde sempre foram mestres por excelência e por essência.


Se você visitar a Índia ou algum dos inúmeros países árabes, perceberá (ou não) que há uma enorme diferença cultural na questão do preço das mercadorias se comparado a nós brasileiros.


Imagine-se num mercado árabe ou hindu. Lá estando, os comerciantes te abordam com inúmeras ofertas, com distintos atrativos aos olhos e aos egos. Basta um olhar de relance para alguma mercadoria e eles se dão conta que você talvez possa comprar algo. Quem sabe uma joia, um tapete, uma especiaria...


A saudosa Hebe Camargo fez um programa especial para fomentar a ida de brasileiros à Índia e a atual Istambul (Constantinopla). Minha filha teve a mesma percepção quando visitou a Índia, mesmo sem ter assistido ao programa da Hebe.


Eles se comunicam em inglês bom o suficiente para se fazer entender oferecendo a mercadoria que tem em mãos. Se porventura o que tiverem em mãos lhe interessar, ele tenta conduzi-lo até “sua” loja.


Se você demonstrar interesse, a estratégia de venda começa com um preço elevado. Se o comprador em potencial mostrar desinteresse, eles interpretam que por esse preço você não compraria. Então baixam o preço (uma ou duas vezes).


Se você, comprador em potencial, revela o valor pelo qual está disposto a comprar, o comerciante aceita (ou não). Tudo se resume em uma questão de "valor percebido e desejo de posse".


Há um detalhe nem sempre entendido por nós ocidentais que é a finalidade das mercadorias. Lembre-se! Os árabes e os indianos comercializam joias, tapetes e especiarias desidratadas desde sempre.


Isto posto, passemos para a nossa realidade - mais capitalista ou ocidental. Sim vou falar das estratégias praticadas pelos comerciantes que têm origem nos EUA e sua prática de preços.


Começa por estabelecer o preço de itens de baixo giro como de promoção e praticar descontos sazonais motivados por questões sentimentais como Dia dos Namorados, Dia das Mães, Dia das Crianças, aniversário da loja, oferta especial, oferta só para membros do clube da marca, oferta para clientes na renovação do seu carro usado, PC, note book ou smartphone e por aí vai a criatividade de cada fabricante ou lojista. Tem também a “Black Friday” apelidada pelos jovens de Black fraude.


A arte da precificação ficou tão sofisticada que os fabricantes estabelecem o preço sugestão aos lojistas e, estes por questão de comodidade os praticam indiscriminadamente. Afinal o objetivo deles é lucrar (o máximo possível).


Surge então o tabelamento de preços invertido. Até poucos anos os órgãos de fiscalização governamental caracterizavam o preço igual entre concorrentes como prática de cartel, fossem fabricantes ou comerciantes. Ou seja; se determinado produto era vendido por vários produtores pelo mesmo preço isso caracterizava um cartel, o que é crime.


Mas o neocapitalismo chegou para o "tudo pode". Não importa se você compra em hipermercado, atacadista ou supermercado da bandeira a, b ou c. O preço é praticamente o mesmo. No governo Sarney, o tabelamento de preços imposto por era visto pela mídia como ato "comunista".


Naquela época, os defensores da livre concorrência tinham pavor de tabelamento de preços governamental. Defendiam a livre concorrência. Com o passar dos anos, o mercado industrial e varejista foram gradativamente sendo absorvidos por grandes corporações nacionais e transnacionais fabricantes ou atacadistas que impõe “o seu preço".


Ironicamente tabelaram os preços nas indústrias e nos mercados. Posso afirmar isso porque visito alguns super e hipermercados e tenho constatado os preços iguais até o último centavo. A fim de disfarçar o cartel, alguns supermercados e "atacarejos" colocam preço de oferta vinculado a quantidade comprada.


Mas não é somente no caso dos produtos vendidos nessas atividades. Pegue por exemplo o caso das franquias; seja de alimentos, seja de produtos de higiene e beleza, seja de confecções, pet shops etc. O preço é tabelado, os pacotes de serviços são tabelados. Os remédios são tabelados desde a indústria.


As promoções vêm direto das marcas. Uma rede de supermercados quer fazer uma oferta e pede desconto às indústrias porque não tem rotatividade suficiente para “bancar” o estoque. A oferta então vem da indústria que tem seu nome divulgado como parceiro da rede em folheto especial do supermercado.


Quer mais? Rede de concessionários automotivos. As peças têm preços sugeridos pela fábrica e apenas alguns "frotistas" têm desconto nas peças e mão de obra. Afora isso, os preços são tabelados. Na venda de veículos novos, o cliente comum paga tabela cheia. No final do mês talvez você consiga um descontinho pois a loja precisa fechar sua cota mensal.


Todo tipo de negócio, antes tidos como "empreendedores" viraram franquia. Até lojas de materiais de construção estão partindo para essa modalidade de negócio. Academias de ginástica viraram franquias. Bombonieres viraram franquias quer estejam estabelecidas em quiosques ou em lojas físicas convencionais.


O comércio está se estruturando para vender caro para o pobre. A diferença está no conforto ao cliente da loja física. Nos bairros nobres há degustação, nos bairros de classe média há ar-condicionado. Nos bairros mais pobres da periferia nem ventilador.


Muitas "bandeiras" nem se estabelecem em bairros de menor poder aquisitivo pois, a infraestrutura de segurança, o treinamento dos funcionários, a manutenção e higiene custam caro e a fiscalização ainda funciona nesses casos. Afinal, pobre reclama.


A mais recente artimanha das redes de supermercado está na forma de praticar os descontos na nota fiscal. O desconto é para clientes com cartão de crédito da rede ou do “clube”. Basta adquirir um cartão de crédito da rede de supermercados ou aderir gratuitamente ao clube de compras para ser agraciado com “descontos”. Há também o "Cachback". Você acumula pontos ou centavos a cada compra efetuada na loja desde que a compra seja de produtos da marca própria.


Os preços anunciados, em tipologia dez vezes maior, são válidos para os membros do “clube” ou para certa quantidade. O preço sem desconto é para os não cativos ou compradores de unidade. Se você não informar no caixa que é cliente cativo, vai pagar tabela cheia.


A mais recente “tramoia” está no código do produto em oferta. Fui a uma rede de mercados e pedi a mozarela em oferta. Ao passar no caixa nada percebi. Mas ao conferir em casa os preços, notei que o atendente “forneceu” a mozarela mais cara (ou digitou o código errado). Neste caso, decidi não comprar mais nesse mercado.


Testemunho: comprando no supermercado vizinho (sim, do outro lado da avenida onde moro) pedi a mozarela em oferta. Pasmem: o preço estava pela metade do preço de tabela. Ao conferir o valor da compra em casa, notei que o preço do quilo estava o dobro do valor ofertado.


Voltei à loja, falei com o caixa, falei com a atendente e por fim falei com o “gerente” que constatou o código errado. Recebi a diferença em moeda corrente e o gerente afirmou que o atendente havia digitado o código errado.


No dia seguinte reportei ao atendente que logo botou a culpa na gerência. Olha só. A pergunta que fica é: o atendente foi orientado ou errou mesmo?


Mais uma loja excluída da minha lista de opções. Simples assim. Em outro hipermercado, havia uma oferta de desodorantes. Leve 3, pague 2. Peguei 3 da mesma marca e tamanho porém de odores distintos e por isso não tive o “desconto” anunciado.


Fiquei “esperto”. Ao comprar em outras redes com o mesmo tipo de oferta passei a perguntar se poderia variar os odores.

Algumas diziam que sim. E você; repara nessas coisas ou passa batido no caixa e nem confere a nota fiscal em casa?


Lições de infância.


Quando criança, era famosa a prática das "vendas" de dar troco em balas aos clientes até a proibição de tal prática virou lei. Lembro de um cliente que juntou muitas balas e acompanhado de repórteres foi pagar sua compra com as balas que recebeu.


Foi o maior escândalo pois o dono do negócio se recusou a receber a moeda por ele mesmo criada. Recebeu uma enorme exemplar multa. Afinal é proibido criar outra moeda corrente no país distinta da moeda oficial.


E você? Passou por alguma experiência aparentemente enganosa? Compra casada, troca de plano de serviço sem prévia anuência, taxas bancárias extras que surgem do nada?


A mais recente falcatrua é a tal bandeira de energia após a privatização da Eletropaulo. A seu bel prazer, a Enel cobra mais de você sob a justificativa de que a represa baixou. Será?


O governador Geraldo Alkmin tentou evitar tal manipulação ao forçar o governo federal a financiar a construção do canal que, hoje, regula o nível da represa Guarapiranga trasladando águas do rio Paraíba do Sul para as represas que abastecem a região da grande São Paulo.


Conclusão plausível: o estado brasileiro pagou por uma infraestrutura que foi privatizada, porém a concessionária cobra por uma sazonalidade que em tese deveria ter sido sanada pela infraestrutura que bombeia água do rio Paraíba do Sul para o afluente das represas do sistema "Cantareira".


Sinistro! Ou será que não? Ficam as suspeitas para sua reflexão.


Boa sorte!


Comentarios


Posts Destacados
Posts Recentes
Procure por Tags

Entre em Contato

Tel: 011- 9 9799 6787

arnaldo.dos.rs@gmail.com

© 2015 por Arnaldo dos Reis Santos. Orgulhosamente criado com Wix.com

Seus detalhes foram enviados com sucesso!

bottom of page